É a primeira impressão que fica gravada em nossa mente, seja ela boa ou ruim. As boas, procuramos conservar. As ruins, por mais que se tente apagar, insistem em permanecer, de modo que, boas ou ruins, sempre ficam, reforçando a teoria popular. Uma das primeiras impressões boas é a dos nossos familiares. A segunda é a da nossa primeira professora, nossa primeira “tia”. Essa é uma marca inapagável; seus modos, sua fala, seu vestir, tudo isso “gravava”. Mas o que será e onde andará essa primeira “musa inspiradora”? Será que ela se lembra dos castigos que nos impôs em nome da nossa correta formação social e cristã? Procurar saber isso nos ajuda a lembrar que tivemos um passado quando quase tudo eram flores.
“Por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher”; essa afirmação se concretiza com a primeira professora desse grande homem. Sem dúvida ... uma grande mulher. Foi ela, com as primeiras letras e os primeiros números, que abriu “as portas da estrada” que cada um tem que trilhar até encontrar a sua consolidação social e profissional. As “tias” de hoje digitam aulas, imprimem atividades, passam e-mails e até ligam para o celular dos seus pequeninos alunos. Elas os preparam para serem cidadãos políticos e ecologicamente corretos, discutem a qualidade de ensino e analisam o contexto social das suas turmas.
Tenho visto muitos pais esbravejarem os direitos de seus filhos, outros acuados e, em algumas vezes, amedrontados com o perigo de serem “presos e condenados”, por tomarem a atitude de educar seus filhos com palmadas corretivas, coisa, aliás, que muitos de nós recebemos e merecemos, contudo não nos frustramos tão pouco nos desequilibramos e, muito pelo contrário, somos pessoas do bem, valorizamos a honestidade, nos preocupamos com nossa imagem e reputação, gostamos de trabalhar, de nos reunir com amigos, somos prestativos e temos muito prazer nisso tudo.
Parece que existe uma orquestração com a finalidade de reforçar o presente com o presente, recriam-se palavras – como adolescência, marginalidade, tempos modernos, tecnologias de ponta e tantas outras – e, em cima deste “dicionário”, monta-se toda a estrutura da educação.
A adolescência é (ou era) uma passagem da vida de criança para a de adulto, cheia de medos, inconsistências psicológicas, comportamentos inseguros, mas que podia ser orientada, mudada e corrigida, sem prejuízo para o jovem. Se exigir disciplina (palavra do passado) cria-se evasão e, consequentemente, a marginalização; se exigir aprendizado, está indo de encontro ao padrão de “homem moderno” – aquele que sabe (e só precisa) apertar botões de aparelhos eletrônicos.
Quanto mais leio sobre educação moderna, quanto mais adentro na teoria “vigotskiana”, mais a curiosidade me instiga a descobrir o que pensam essas saudosas “tias”, que, lamentavelmente, flutuam nas nuvens do esquecimento. Será que é saudosismo pensar em construir os templos do futuro usando um pouco da argamassa do passado?
Nem o modernismo e nem o crescimento desenfreado da população dão o direito de xingar, maltratar e até matar professores; isso, em qualquer época, é sinal de barbárie. Com uma boa instrução escolar (aquela do tempo das “tias”), não é preciso criar “prateleiras” de direitos: direito do idoso, da criança, da mulher e de tantos outros – basta ensinarem a respeitar um direito basilar, viver, e ensinarem a respeitar um dever primordial: deixar os outros viverem.
Talvez, ler “o livro do passado” possa garantir a eficiência do comportamento do futuro.
Texto do Professor de Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Manoel Lopes Costa, também doutorando em Educação Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
E-mail: manoel.lopes@ifrn.edu.br
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“Por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher”; essa afirmação se concretiza com a primeira professora desse grande homem. Sem dúvida ... uma grande mulher. Foi ela, com as primeiras letras e os primeiros números, que abriu “as portas da estrada” que cada um tem que trilhar até encontrar a sua consolidação social e profissional. As “tias” de hoje digitam aulas, imprimem atividades, passam e-mails e até ligam para o celular dos seus pequeninos alunos. Elas os preparam para serem cidadãos políticos e ecologicamente corretos, discutem a qualidade de ensino e analisam o contexto social das suas turmas.
Tenho visto muitos pais esbravejarem os direitos de seus filhos, outros acuados e, em algumas vezes, amedrontados com o perigo de serem “presos e condenados”, por tomarem a atitude de educar seus filhos com palmadas corretivas, coisa, aliás, que muitos de nós recebemos e merecemos, contudo não nos frustramos tão pouco nos desequilibramos e, muito pelo contrário, somos pessoas do bem, valorizamos a honestidade, nos preocupamos com nossa imagem e reputação, gostamos de trabalhar, de nos reunir com amigos, somos prestativos e temos muito prazer nisso tudo.
Parece que existe uma orquestração com a finalidade de reforçar o presente com o presente, recriam-se palavras – como adolescência, marginalidade, tempos modernos, tecnologias de ponta e tantas outras – e, em cima deste “dicionário”, monta-se toda a estrutura da educação.
A adolescência é (ou era) uma passagem da vida de criança para a de adulto, cheia de medos, inconsistências psicológicas, comportamentos inseguros, mas que podia ser orientada, mudada e corrigida, sem prejuízo para o jovem. Se exigir disciplina (palavra do passado) cria-se evasão e, consequentemente, a marginalização; se exigir aprendizado, está indo de encontro ao padrão de “homem moderno” – aquele que sabe (e só precisa) apertar botões de aparelhos eletrônicos.
Quanto mais leio sobre educação moderna, quanto mais adentro na teoria “vigotskiana”, mais a curiosidade me instiga a descobrir o que pensam essas saudosas “tias”, que, lamentavelmente, flutuam nas nuvens do esquecimento. Será que é saudosismo pensar em construir os templos do futuro usando um pouco da argamassa do passado?
Nem o modernismo e nem o crescimento desenfreado da população dão o direito de xingar, maltratar e até matar professores; isso, em qualquer época, é sinal de barbárie. Com uma boa instrução escolar (aquela do tempo das “tias”), não é preciso criar “prateleiras” de direitos: direito do idoso, da criança, da mulher e de tantos outros – basta ensinarem a respeitar um direito basilar, viver, e ensinarem a respeitar um dever primordial: deixar os outros viverem.
Talvez, ler “o livro do passado” possa garantir a eficiência do comportamento do futuro.
Texto do Professor de Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Manoel Lopes Costa, também doutorando em Educação Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
E-mail: manoel.lopes@ifrn.edu.br
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