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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

" Olhar atento "

Sempre odiei o que a maioria das pessoas fazem com os seus MSN's...

Não estou falando desta vez dos emoticons insuportáveis que transformaram a leitura em um jogo de decodificação, mas as declarações de amor, saudades, empolgação traduzidas através do nick.

O espaço 'nome' foi criado pela Microsoft para que você digite O NOME que lhe foi dado no batismo.
Assim seus amigos aparecem de forma ordenada e você não tem que ficar clicando em cima dos mesmos pra descobrir que 'Vendo Abadá do Chiclete e Ivete' é na verdade Tiago Carvalho, ou 'Ainda te amo Pedro Henrique' é o MSN de Marcela Cordeiro.
Mas a melhor parte da brincadeira é que normalmente o nick diz muito sobre o estado de espírito perfil da pessoa. Portanto, toda vez que você encontrar um nick desses por aí, pare para analisar que você já saberá tudo sobre a pessoa...

'A-M-I-G-A-S o fim de semana foi perfeito!!!' acabou de entrar. Essa com certeza, assim como as amigas piriguetes (perigosas), terminou o namoro e está encalhadona. Uma semana antes estava com o nick 'O fim de semana promete'. Quer mostrar pro ex e pros peguetes (perigosos) que tem vida própria, mas a única coisa que fez no fim de semana foi encher o rabo de Balalaika, Baikal e Velho Barreiro e beijar umas bocas repetidas.

O pior é que você conhece o casal e está no meio desse 'tiroteio', já que o ex dela é também conhecido seu, entra com o nick 'Hoje tem mais balada!', tentando impressionar seus amigos e amigas e as novas presas de sua mira, de que sua vida está mais do que movimentada, além de tentar fazer raiva na ex.

'Polly em NY' acabou de entrar. Essa com certeza quer que todos saibam que ela está em uma viagem bacana. Tanto que em breve colocará uma foto da 5ª Avenida no Orkut com a legenda 'Eu em Nova York'. Por que ninguém bota no Orkut foto de uma viagem feita a Praia-Grande - SP ?

'Quando Deus te desenhou ele tava namorando' acabou de entrar. Essa pessoa provavelmente não tem nenhuma criatividade, gosto musical e interesse por cultura. Só ouve o que está na moda e mais tocada nas paradas de sucesso. Normalmente coloca trechos como 'Diga que valeuuu' ou 'O Asa Arreia' na época do carnaval.

Por que a vida faz isso comigo?' acabou de entrar. Quando essa pessoa entrar bloqueie imediatamente. Está depressiva porque tomou um pé na bunda e irá te chamar pra ficar falando sobre o ex.

'Maria Paula ocupada prá c** ' acabou de entrar. Se está ocupada prá c**, por que entrou cara-pálida? Sempre que vir uma pessoa dessas entrar, puxe papo só pra resenhar; ela não vai resistir à janelinha azul piscando na telinha e vai mandar o trabalho pro espaço. Com certeza.

'Paulão, quero você acima de tudo' acabou de entrar. Se ama compre um apartamento e vá morar com ele. Uma dica: Mulher adora disputar com as amigas. Quanto mais você mostrar que o tal do Paulão é tudo de bom, maiores são as chances de você ter o olho furado pelas sua amigas piriguetes (perigosas).

'Marizinha no banho' acabou de entrar. Essa não consegue mais desgrudar do MSN. Até quando vai beber água troca seu nick para 'Marizinha bebendo água'. Ganhou do pai um laptop pra usar enquanto estiver no banheiro, mas nunca tem coragem de colocar o nick 'Marizinha matriculando o moleque na natação'.

> > > ' < . ººº< . ººº< / @ || e $ $ ! || |-| @ >ªªª . >ªªª >' acabou de entrar. Essa aí acha que seu nome é o Código da Vinci pronto a ser decodificado. Cuidado ao conversar: ela pode dizer 'q vc eh mtu déixxx, q gosta di vc mtuXXX, ti mandá um bjuXX'.

'Galinha que persegue pato morre afogada' acabou de entrar. Essa ai tomou um zig e está doida pra dar uma coça na piriguete que tá dando em cima do seu ex. Quando está de bem com a vida, costuma usar outros nicks-provérbios de Dalai Lama, Lair de Souza e cia.

'VENDO ingressos para a Chopada, Camarote Vivo Festival de Verão, ABADÁ DO EVA, Bonfim Light, bate-volta da vaquejada de Serrinha e LP' acabou de entrar. Essa pessoa está desesperada pra ganhar um dinheiro extra e acha que a janelinha de 200 x 115 pixels que sobe no meu computador é espaço publicitário.

'Me pegue pelos cabelos, sinta meu cheiro, me jogue pelo ar, me leve pro seu banheiro...' acabou de entrar. Sempre usa um provérbio, trecho de música ou nick sedutores. Adora usar trechos de funk ou pagode com duplo sentido. Está há 6 meses sem dar um tapa na macaca e está doida prá arrumar alguém pra fazer o servicinho.

'Danny Bananinha' acabou de entrar. Quer de qualquer jeito emplacar um apelido para si própria, mas todos insistem em lhe chamar de Melecão, sua alcunha de escola. Adora se comparar a celebridades gostosas, botar fotos tiradas por si mesma no espelho com os peitos saindo da blusa rosa. Quer ser famosa. Mas não chegará nem a figurante do Linha Direta.

Bom é isso, se quiserem escrever alguma mensagem, declaração ou qualquer coisa do tipo, tem o campo certo em opções 'digitem uma mensagem pessoal para que seus contatos a vejam' ou melhor, fica bem embaixo do campo do nome!! Vamos facilitar!!!!

Arnaldo Jabor

sábado, 26 de fevereiro de 2011

A escola

"Escola é...

o lugar onde se faz amigos

não se trata só de prédios, salas, quadros,

programas, horários, conceitos...

Escola é, sobretudo, gente,

gente que trabalha, que estuda,

que se alegra, se conhece, se estima.

O diretor é gente,

O coordenador é gente, o professor é gente,

o aluno é gente,

cada funcionário é gente.

E a escola será cada vez melhor

na medida em que cada um

se comporte como colega, amigo, irmão.

Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.

Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir

que não tem amizade a ninguém

nada de ser como o tijolo que forma a parede,

indiferente, frio, só.

Importante na escola não é só estudar, não é só trabalhar,

é também criar laços de amizade,

é criar ambiente de camaradagem,

é conviver, é se ‘amarrar nela!

Ora , é lógico...

numa escola assim vai ser fácil

estudar, trabalhar, crescer,

fazer amigos, educar-se,

ser feliz."

(Paulo Freire)

TDAH - Marília Gabriela Entrevista - 07m20s - Parte 3

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

O PAPEL DO EDUCADOR NO MUNDO DE HOJE

Francisco Djacyr Silva de Souza


Estamos vivendo época de incertezas, mudanças e novos rumos que afetam frontalmente a educação no sentido de modificação de hábitos na prática docente e nas relações que se dão no cotidiano da Escola. O grande problema de tudo isso é que vemos que a estrutura organizacional dos ambientes escolares não se prepararam para as mudanças e acabam provocando um clima de ações que sempre procuram rivalizar professores e alunos tirando sempre a cumplicidade destes no processo de geração e construção do conhecimento. A educação é sobretudo troca, debates , construção de idéias e formação de hábitos que precisam ter como ponto de partida a formação ética e a proposta de construção de novas visões de mundo e busca pela justiça social e na certeza de luta pela igualdade.
As escolas estariam preparadas para o novo contexto de globalização ? Nossos educadores estão preparados para se aliarem aos alunos na construção do conhecimento? Nossos alunos entendem o sentido da educação ? Os pais sabem por que colocam seus filhos na escola? Tais questionamentos devem ser vistos de forma a procurar questionar sempre o papel da Escola no mundo moderno e tentar verificar ações que visem transformar o papel do ambiente escolar e dar ao educando um processo de geração de conhecimento menos traumático revendo modelos avaliativos e buscando relações mais harmônicas entre os personagens do contexto escolar para que o processo de geração de conhecimento tenha sempre uma razão de ser e tenha sempre ações de compromisso de todos no alcance de uma nova forma de entender , analisar e questionar o mundo em que vivemos.
Nos dias de hoje a tecnologia invade nossos lares, nossos locais de trabalho e nos diversos ambientes de vivência dos cidadãos e certamente reserva novas funções aos membros do processo de geração de conhecimento vivenciado na escola onde não é mais possível desenvolver escolas arcaicas em termos de conhecimentos e pautadas em uma lógica de aprendizado que visa apenas o responder a prova e não dá aos educandos oportunidades de conhecimento adequado e voltado essencialmente para a compreensão do valor das transformações e dos aspectos da dinâmica social que molda espaços e faz idéias e concepções. A Escola não é a mesma de décadas passadas , os alunos também não são os mesmos, porém se mal trabalhados podem ser cúmplices do processo de destruição dos idéias propostos para a concretização de uma Escola que seja forte em valores e conhecimentos.
As mudanças do mundo devem ser percebidas e questionadas pelos alunos que precisam estar sempre atentos a cada mudança compreendendo os fatores motivadores das transformações sociais, políticas e econômicas do mundo modernos. A Escola precisa ser modificada em sua essência e deve proceder ações no sentido de desenvolvimento de um processo colaborativo na geração do conhecimento. É papel da Escola hoje entender o mundo e vivificar novas experiências de formação de idéias que visem um aprendizado criativo e prazeroso. A Escola deve ter um papel de aproximação do aluno em relação á realidade que lhe cerca para que este esteja sempre preparado para o mundo do trabalho e para a vida social.
É preciso que a Escola abra sempre espaços para o entendimento dos problemas do mundo atual sejam eles econômicos , ecológicos e socioculturais para que o aluno saiba seu papel no mundo e seja um verdadeiro artífice da mudança. O papel da escola é explicar o mundo compreendendo claramente suas transformações e os fatores motivadores de cada processo de metamorfose da vida política , econômica e social. A cumplicidade é fundamental para a geração do conhecimento e é papel da Escola gerar oportunidades para que esta cumplicidade se efetive na relação professor x aluno. A idéia de uma escola plural, aberta às transformações e viva no sentido de entender a pluralidade do mundo de hoje é vital para o alcance da qualidade e de um conhecimento que seja útil para todos e melhor para a manutenção de uma vida digna e dominada na lógica da justiça e da igualdade social.
O educador é hoje peça fundamental para entendimento do mundo e para criação de hábitos saudáveis de vida que gerem idéias de valorização dos seres humanos , de respeito à diversidade das vidas , de análise das possíveis transformações e de busca plena por um mundo onde reinem ideais éticos e cidadãos para todos os seres que habitam nosso planeta. Valorizar o educador é uma tarefa da sociedade na conquista de um mundo sustentável e igualitário na medida certa do amor universal e na concretização de práticas de cidadania em todos os momentos da vida humana neste planeta.

Cuide bem de sua Criança Interior

Escrito por Sonia Belotti


Todos nós temos um lado criança que é uma poderosa fonte de energia criativa.

Para saber como é a sua criança “o primeiro passo é entrar em contato com essa identidade do seu mundo interior, essa “subpersonalidade”, esse aspecto interno importante para o seu desenvolvimento humano. Se você não se lembra muito bem de como era quando criança, olhe fotografias de quando você tinha ao redor de cinco anos e pergunte-se:

Como você se sentia?
Como você imagina que sentia o corpo então?
Como se sentia quando ficava triste? E alegre?
Quais eram seus amigos?
Como se sentia em sua casa?
Como a vida parecia naquela época?


Esse resgate pode ser feito quantas vezes forem necessárias para você recuperar a conscientização do seu Self-criança.

O segundo passo é integrar este aspecto seu, tornando-o harmonioso com a pessoa que você é hoje. Uma das formas de promover este “encontro” é fazer uma visualização, um dos recursos mais utilizados em diversos tipos de terapia para facilitar mudanças nos nossos padrões de comportamento e que você pode fazer, mesmo sozinho.

Procure lembrar-se de um lugar especialmente seguro para você e pense em uma pessoa em quem você confia totalmente, alguém que o ajudou em sua vida. Pode ser qualquer pessoa.

Coloque-se numa posição bem cômoda e relaxe totalmente. Feche os olhos. Se sentir que há algum medo, distração ou entrave emocional incomodando-o, trate de tirá-los do caminho: visualize uma caixa e deposite todos eles dentro da caixa. Depois, com serenidade, deixe-os irem embora.

Se perceber algum incômodo físico, solte-se para não se distrair. Vá tomando consciência das batidas de seu coração, de sua respiração. A cada batida, a cada respiração, sinta-se mais próximo de você mesmo.

Agora, quero que visualize seu lugar seguro, seu lugar especial. Observe-o em sua mente com todos os detalhes possíveis. Como é este lugar? Que cores tem? Que odores? Que textura? Este é um lugar sagrado para você... Perceba, sinta, veja a si próprio parado no meio desse lugar, totalmente seguro, seu paraíso privado. Fique um pouquinho de tempo sentindo este seu lugar.

Vai chegar ao seu lugar sagrado, bem perto de você, aquela pessoa especial na qual você pensou antes. Acompanhe sua chegada. Ela será seu mentor... Dê-lhe as boas-vindas. Pergunte a ela (ou ela, é claro!): “Do que é que eu mais necessito neste momento”. Ouça com atenção o que ela diz! Sente-se com seu mentor e tenha uma conversa objetiva sobre o que está precisando nesta fase da sua vida.

Enquanto fala com o mentor, ouça um barulho. Vire-se e veja uma criança. A criança é claramente você, mais ou menos aos cinco anos de idade. Olhe para ela e reconheça-se nela quando tinha aquela idade.

Estenda a mão para essa criança. Dê-lhe as boas-vindas. Fale com ela. Pergunte como vai e conte a ela como você vai... Enquanto conversam, a criança aconchega-se no seu colo.
Agora, diga a esse menino (ou a essa menina) como vai fazer para assegurar-lhe que a partir de agora ele seja escutado e valorizado. Tenha uma conversa com essa criança. Ela está agora sentada em seu colo. Abrace-a, tranqüilize-a. Dê-lhe amor. Fale com ela com carinho.

Enquanto conversa com a criança, seu mentor se aproxima e abraça vocês. Ele afirma que vocês estão fazendo as coisas muito bem. Estão fazendo tudo muito bem. Agora, veja a criança sair do seu colo. O mentor então toma-a pela mão. Você se une a eles. Os três juntos deixam o lugar seguro e vão brincar juntos.

Logo que visualizar isto, vá se preparando para "acordar" e volte. Abra os olhos lentamente.... Bem devagar, vá tomando consciência de onde você está. Sem pressa, sinta seu corpo, mexa-se. Agradeça a si mesmo por esta experiência, por este encontro.

Sonia Belotti

Existe filho favorito?

Segundo psicóloga norte-americana, existe. Mas os pais não precisam sentir culpa por causa disso

Camila de Lira, iG São Paulo | 17/06/2010 10:34



Não tem problema ter um filho favorito, desde que ele não seja sempre o mesmo

A maioria das mães que tem vários filhos já ouviu a perguntinha: “qual é o seu filho favorito?” Algumas desconversam, outras respondem escandalizadas que “não têm um filho favorito, que amam todos do mesmo jeito”. Segundo a psicóloga norte-americana Ellen Libby, que recentemente lançou o livro “The Favorite Child” (A Criança Favorita), e fez diversas pesquisas sobre o assunto, é exatamente esse tipo de reação que dificulta e confunde a compreensão do tema. “Ter um filho favorito não é uma violação de um código moral. Um pai não é igual a uma mãe, assim um filho não é igual ao outro”, disse Libby em entrevista ao Delas.

A especialista explica que muitos pais têm medo de admitir a preferência por um dos filhos, que pode surgir por afinidade, semelhança com algum parente querido ou até ordem de nascimento, pois confundem favoritismo com amor. De acordo com a psicóloga, as pessoas têm receio de conhecer seus próprios gostos. “Elas preferem acreditar que há uma objetividade nos sentimentos, o que não é verdade”.

Sílvia Miani, de 39 anos, mãe de três filhos, consegue perceber bem a diferença entre amor e preferência. “A afinidade com cada um muda bastante, depende do momento. Em algumas épocas, prefiro estar mais com um, em outras, com o outro. Ainda assim, não amo menos, amo diferente”, afirma. Ellen Libby explica que essa é a chave: quando a preferência é rotativa, como no caso de Sílvia, o favoritismo faz bem para os filhos porque preserva a identidade de cada um – e todos, de alguma forma, terão certeza do amor dos pais.

Libby diz que o grande silêncio que costuma ocorrer em torno do assunto tem a ver com culpa que os pais sentem em preferir este ou aquele filho. Segundo a psicóloga, a primeira coisa que se deve fazer é admitir que existe filho favorito. “Todo mundo tem preferências, e a maioria delas são curtas e temporárias, você pode preferir um filho por um dia, uma semana ou até por meses”, explica a psicóloga. Isso não significa que não ama os demais. A segunda coisa, e mais importante, é existir uma conversa franca entre os pais. “Quando são menos defensivos, eles conseguem conhecer quais são seus próprios comportamentos e gostos e, consequentemente, lidar melhor com eles”, completa.

O outro lado da moeda

Apesar de apontar muitas vantagens que filhos favoritos tendem a desenvolver, como otimismo e sociabilidade, Ellen Libby bate na tecla dos impactos negativos que a preferência pode criar quando é direcionada a apenas uma criança por tempo indeterminado. “Filhos que são eternos favoritos tendem a ser mais facilmente manipulados, têm mais dificuldade em criar uma identidade e podem achar que estão acima de qualquer lei”, diz Libby.

Além disso, há impactos para o resto da família. A psicóloga Ida Bechelli, que é do Setor de Saúde Mental do Departamento de Pediatria da Unifesp, explica sobre o que pode acontecer com os outros filhos ao perceberem que nunca são os favoritos. “Ou a criança se intimida ou passa a tentar imitar o outro, ou seja, ela acaba deixando de ser ela mesma”.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Jardim de Infância - Bial

Veja esse desabafo. É o que também eu penso! LEIA:

'Estou velho.
Não gosto dos sem terra. Dizem que isto é ser reacionário, mas não gosto de vê-los invadindo fazendas, parando estradas, ocupando linhas de trens, quebrando repartições públicas, tentando parar o lento progresso do Brasil, como se estivessem acima das Leis do País .
Estou velho.

Não acredito em cotas para negros e índios. Dizem que sou racista. Mas para mim racista é quem julga negros e índios incapazes de competir com os brancos em pé de igualdade. Eu acho que a cor da pele não pode servir de pretexto para discriminar, mas também não devia ser fonte para privilégios imerecidos, provocando cenas ridículas de brancos
querendo se passar por negros.
Estou muito velho.

Não quero ouvir mais noticias de pessoas morrendo de dengue. Tapo os ouvidos e fecho os olhos, mas continuo a ouvir e ver. Não quero saber de crianças sendo arrastadas em carros por bandidos, ou de uma menininha jogada pela janela em plena flor de idade. Ou de meninos esquartejaos pelos pais por serem 'levados'...
Meu coração não tem mais força para sentir emoções. Me sinto mais velho que o Oscar Niemeyer. Ele, velho como é, ainda acredita em comunismo, coisa que deixou de existir.
Eu não acredito em nada.

Estou cansado de quererem me culpar por não ser pobre, por ter casa, carro, e outros bens, todos adquiridos com honestidade, por ser amado por minha mulher e filhos.
Nada mais me comove... Estou bem envelhecido.

E acabo de cometer mais um erro! Descobri que ainda sou capaz de me comover e de me emocionar. O patriotismo de uma jovem de Joinville usando a letra do Hino Nacional para mostrar o seu amor pelo Brasil me
comoveu.
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Na cidade de Joinville houve um concurso de redação na rede municipal de ensino. O título recomendado pela professora foi: 'Dai pão a quem tem fome'.
Incrível, mas o primeiro lugar foi conquistado por uma menina de apenas 14 anos de idade. E ela se inspirou exatamente na letra de nosso Hino Nacional para redigir um texto, que demonstra que os brasileiros verde amarelos precisam perceber o verdadeiro sentido de
patriotismo. Leiam o que escreveu essa jovem. É uma demonstração pura de amor à Pátria e uma lição a tantos brasileiros que já não sabem mais o que é este sentimento cívico.

" Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-mundi, o nosso Brasil chorar:
O que houve, meu Brasil brasileiro?
Perguntei-lhe!
E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: Estou sofrendo. Vejam o que estão fazendo comigo...
Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores.
Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes. O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante.
Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?
Eu era a Pátria amada, idolatrada. Havia paz no futuro e glórias no passado. Nenhum filho meu fugia à luta. Eu era a terra adorada e dos
filhos deste solo era a mãe gentil.
Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula.
Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim.
Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado. Pensei... Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes? Pensei mais... Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?
Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo, como uma criança dormindo em seu berço esplêndido."
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Mesmo que ela seja a ultima brasileira patriota, valeu a pena viver para ler o texto. Por isso estou enviando para vocês.
Detesto correntes na Internet...mas agora que me tornei um velho emocionado, vou romper com este hábito.
De alguém que ama muito o Brasil.'

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Carinho ajuda na recuperação

Cobrança dos pais também auxilia os filhos a superar a repetição de ano

Gabriella Bontempo


Para aqueles estudantes que não conseguiram atingir a meta em 2010 e repetiram o ano escolar é hora de começar tudo outra vez. A nota vermelha no boletim final não só frustra os pais que investiram o ano inteiro na educação do filho como também afeta a auto-estima do estudante. Para superar essas questões, nada melhor do que uma conversa em família. “A conversa é fundamental para que a família consiga visualizar causas e consequências da reprovação, bem como construir uma história diferente em 2011”, explica a psicóloga Silvia Lordello. Segundo ela, os pais podem tentar ajudar na recuperação das matérias e acordar regras. “Nesse momento as cobranças são muitas e elas vêm dos pais, dos colegas que passaram de ano e do próprio estudante. É interessante dialogar sobre o destino dele, se ele continua ou muda de escola. Além disso, os pais precisam deixar regras claras, perdas têm que existir, mas não como vingança”, disse.
Para a psicóloga, essa relação de carinho e cobrança ajuda a família a deixar o fracasso para trás. “Os pais devem cobrar o que foi combinado e o estudante precisa entender o peso de um ato”, afirmou. De acordo com Silvia, também é importante o resgate da auto-estima. “A auto-estima do estudante já fica muito baixa com a reprovação, se ele achar onde está errando, pode tentar consertar no próximo ano. Se o pai ou responsável falar mal do estudante toda vez, ele pode achar que realmente é um problema”.
Xingamentos e castigos não são a solução para o atraso escolar. “O pai tem que mostrar aos filhos porque eles não atingiram a meta do ano anterior com autoridade, mas sem colocar rótulos”, explica a pedagoga Elza Abreu. Além disso, refazer um ano letivo já visto deve ser encarado como aprendizado complementar.



Há algumas maneiras práticas de ajudar seu filho. Confira as dicas dos especialistas para o ano letivo passar sem traumas:

- Converse sempre com um objetivo claro. Pergunte ao seu filho qual será a melhor forma de ajudá-lo e auxilie-o a partir de suas necessidades. Este diálogo servirá para descobrir as dificuldades que o levaram a repetir e, a partir daí, traçar as estratégias necessárias.
- Não rotule. “O maior erro dos pais é falar que os filhos são incapazes ou até mesmo falar mal deles para familiares e amigos”, explicou Elza Abreu. Não coloque toda a responsabilidade do fracasso em cima do estudante. A atitude pode fazer com que ele sinta raiva de estudo, escola. Aponte o real motivo da repetência: falta de esforço ou fatores externos. Ajude a superar ambos os casos.
- Investigue além dos fatos. A dificuldade em aprender pode estar relacionada com problemas emocionais ou se apresenta como sintoma de outras questões maiores. Algumas crianças apresentam dificuldades para aprender por causa de problemas de visão ou hiperatividade, por exemplo.
- Cobre com consciência. O aluno que repete merece todo o apoio, carinho e compreensão, mas precisa saber, claramente, que ele deve fazer estudar melhor do que no ano passado. E você deve motivá-lo para que consiga. Estabeleça metas para o ano letivo e se prontifique a ajudá-lo no cumprimento das mesmas.
- Quanto aos trabalhos escolares e boas notas, você deve cobrar sempre, independentemente do estudante ter repetido.
- Não fique remoendo o passado. O que passou, passou. Encare o presente e o futuro.
- Não castigue. Repetir de ano abala a auto-estima e o aluno já se sente castigado desde que soube da reprovação. Neste momento, depois de já ter sido firme, seja companheira. Segundo os especialistas, os repetentes sabem qual é o motivo do fracasso, então você ajudará muito deixando o canal de comunicação aberto.
- Incentive a descoberta do novo. O repetente vai sentir falta dos amigos. Ele pode sentir que os colegas evoluíram enquanto ele ficou para trás. Portanto, não ceda ao drama e mostre que a oportunidade de aumentar o círculo de amigos é maravilhosa.
- Dê atenção especial aos pequenos. Ligue o radar.
- Enfatize os benefícios. Deixe claro que a criança que precisa refazer o ano não aprendeu o suficiente no ano que passou. Enfoque nos prós.
- Levante a auto-estima. Só supera um momento ruim quem o enfrenta. E isso vale para pais e filhos que se deparam (e desmistificam) o “monstro” da reprovação escolar.

USP demite professor de farmácia investigado por plágio Decisão foi publicada no Diário Oficial de São Paulo. Universidade cassou ainda título de doutorado de pesquisadora.

A Universidade de São Paulo (USP) demitiu um professor de farmácia do campus Ribeirão Preto investigado por plágio em uma pesquisa científica. A decisão foi publicada no Diário Oficial de São Paulo deste sábado (19) e passa a valer na segunda-feira (21). A instituição cassou ainda o título de doutorado de uma pesquisadora investigada no mesmo caso.
saiba mais

* Caso de suposto plágio envolve o nome da reitora da Universidade de São Paulo

De acordo com reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” publicada neste domingo (20), a decisão do reitor da USP, João Grandino Rodas, foi tomada após recomendação de duas comissões internas. Ainda de acordo com a reportagem, o professor Andreimar Martins Soares, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, e a pesquisadora Carolina Dalaqua Sant’Ana podem recorrer da decisão na USP e na Justiça.

Em novembro de 2009, um grupo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) enviou reclamação formal aos editores de duas revistas científicas internacionais e à pró-reitoria de pesquisa da USP apontando cópia de conteúdo cometida por pesquisadores da instituição paulista.

Os trabalhos em questão são das áreas de bioquímica e farmacologia. O estudo copiado avalia o emprego de substância tirada de uma planta típica da Amazônia para tratar leishmaniose e foi publicado em 2003. O artigo acusado de plágio trata da aplicação contra o vírus da dengue de uma substância obtida de jararaca e foi publicado em 2008. Segundo a denúncia da UFRJ, houve plágio de imagens e de trechos do trabalho.

Entre os 11 autores do artigo estava a ex-reitora da USP, Suely Vilela, bioquímica e professora titular, desde 1996, do Departamento de Análises Clínicas, Toxicológicas e Bromatológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP, campus de Ribeirão Preto. A ex-reitora não foi punida no caso.

A equipe de reportagem tentou contato com o professor Soares, mas a mulher dele, que pediu para não ser identificada, disse que ele não se pronunciaria neste domingo. A repórter não conseguiu contato com a pesquisa Carolina. A assessoria de imprensa da USP e o reitor João Grandino Rodas não atendeu as ligações da repórter.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Escolha da profissão: como pais e professores podem ajudar? Por Içami Tiba

Escolha da profissão: como pais e professores podem ajudar?
Por Içami Tiba
Está cada vez mais difícil para os jovens fazerem a escolha da futura profissão. São várias as dificuldades a serem superadas:

# É muito precoce a idade em que têm que optar pela faculdade a cursar;
# existência de muitas profissões que estão nascendo e muitas morrendo pela obsolescência;
# profissões que estão deixando de ser boas pela saturação do mercado;
# profissões que ainda não existem;
# sem preferência nítida do que fazer, pois gostou de tudo - ou nada - do que estudou até o final do colegial;
# abandono da faculdade por não suportar cursar as cadeiras básicas - "não agüento estudar o que não tem nada a ver";
# frequentar a faculdade para realizar o sonho dos pais para depois "realizar seu próprio sonho";
# universitários que ainda funcionam como colegiais;
# usufruir dos status de universitário - liberdade, independência, noitadas etc. - mas não os compromissos acadêmicos - estudar sem ser cobrado por ninguém, organizar sua própria vida etc.;
# preferir um emprego qualquer e ganhar rapidamente o seu dinheiro para não ter que prestar contas aos pais;
# perda de esperança de conseguir um bom emprego assim que se formar; e tantas mais que os que as vive tem suas próprias justificativas.

Minha experiência clínica mostra que nesta década aumentou o número de formados em cursos superiores que trabalham em áreas que não estudaram, e aumentou também o número de filhos trabalhando com os próprios pais.

Vou destacar uma atitude educacional que passa despercebida pela maioria dos pais e educadores nestas escolhas profissionais. É a educação do "você tem que fazer o que gosta"; ou "se faz o que gosta, você nem percebe que está trabalhando"; ou "gosto tanto do que faço, que isto para mim não é trabalho, é prazer"; ou ainda: "para que tirar férias se me realizo e sou feliz no trabalho?"; e, finalmente: "prefiro sair para trabalhar, porque ficar em casa sem ter o que fazer me deixa de mau humor".

Com estas atitudes, os pais podem criar filhos hedonistas - têm o prazer como bem supremo. No entanto, não existe o trem da alegria, onde tudo é só festa. Neste trem tem gente trabalhando, alguém pagando a conta... Trabalhando nem sempre por gostar, mas porque necessita do dinheiro que aquele trabalho gera. Seu bem estar e quiçá dos seus filhos é pago com este dinheiro. Muita gente se divertindo, curtindo a festa, mas quem paga a conta? Hoje é comum ouvirmos o provedor dizer em um conformismo bem humorado "alguém tem que trabalhar nesta família"...

Ou seja, até chegar ao prazer, muito trabalho foi realizado, mesmo sem gostar. Estudar as matérias importantes, gostando ou não, sob o risco de ser reprovado. Treinar com afinco para chegar às melhores marcas pessoais. Disciplina sobre o talento para se atingir o sucesso. Preparar a festa e pôr a casa em ordem depois. Muito empenho e noites sem dormir para vencer acirradas concorrências.

Conquistar um título pode ser uma meta de alguém, mas o difícil é manter este título para se ter o prazer de ser reconhecido como detentor do sucesso. Manter dar muito mais trabalho que conquistar. Muitos conquistam. Poucos mantêm. Para manter enfrenta-se um clima muito perverso, nada prazeroso que é a obrigação de ter que ser o melhor.

Para uma boa escolha profissional é preciso uma boa base de preparo para o sucesso, que pode não ser prazeroso, mesmo gostando da atividade. Se o estudante for guiado somente pelo prazer, jamais chegará ao ponto de desfrutar os resultados de suas conquistas, pois as abandonará na primeira obrigação que encontrar.
Içami Tiba

Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama, Educa!" e mais 26 livros.

Site: www.tiba.com.br

Lei, palmada ou diálogo? Prof. Tania Zagury Jan/11

Palmada no passado era método pedagógico e, portanto, pais e professores tinham direito legítimo de uso. Mas os estudos evoluíram e hoje sabemos que castigo físico não garante aprendizagem. Pode até parecer que garante porque, como ninguém gosta de apanhar, inibe comportamentos inadequados mais rapidamente. Na ausência do agressor, porém, a atitude criticada reaparece. O que revela que não houve aprendizagem de fato. Portanto, a discussão não deve ser se bater deve ser proibido por lei, mas de que forma conscientizar quem educa - em todas as instâncias - de que, com objetivos claros, segurança e afeto, se conseguem melhores resultados do que com agressão física.
Se parece que nossos antepassados conseguiram mais com os jovens do que se consegue hoje, seguramente não foi porque nossos avôs batiam nos filhos... O que ocorreu foi que uma série de fatores se conjugou nas últimas décadas, tornando educar um desafio gigantesco: a influência das novas mídias exacerbando o consumismo; a corrupção (e a impunidade) por parte dos que deveriam dar o exemplo aos mais jovens; a desestruturação da família; a ausência de ambos os pais em casa são apenas alguns deles. Com isso, os pais acabaram perdendo o foco do que é realmente importante. Muitos hoje consideram sua tarefa principal “fazer o filho feliz”, o que acaba resultando em apenas satisfazer desejos e vontades. Anteriormente era “fazer dos filhos, homens de bem”, significando priorizar fundamentos éticos na educação. E isso se alcança com muito diálogo, ensinando a pensar e a não se deixar conduzir por mídias ou grupos. No entanto, é tarefa quase inexequível para quem não tem certeza do que é prioritário.
Em vez de novas leis, o que a sociedade precisa é realocar a ética – para si e para as novas gerações; também fundamental é resgatar conceitos deturpados. Afinal, autoridade não é sinônimo de autoritarismo; democracia e liberdade não significam fazer apenas o que se tem vontade. Como se ensina isso: com lei ou com palmada? Nem com um, nem com outro.
A nossa é a geração do diálogo, a que acreditou que a melhor forma de comunicação interpessoal se faz através da discussão e da troca de idéias. Mas será que, na prática, o diálogo está efetivamente acontecendo? Pais e filhos, professores e alunos, colegas de trabalho estão verdadeiramente sabendo ouvir, falar e reivindicar? Infelizmente, não. São muitos os que não sabem dialogar. Alguns usam o diálogo como bandeiras para alcançarem o que desejam e, em seguida, se mostram autoritários, fazendo com isso grassar a desesperança e a descrença entre os jovens. Outros o abandonam à primeira dificuldade. Entender-se de verdade com o outro, mantendo a ética e o equilíbrio frente a opiniões e objetivos contrários aos seus, é tarefa difícil - e raros são os que dominam tal competência.
Quem é autoridade e deseja exercê-la de forma a congregar, alcançar adesão e favorecer a afetividade - seja pai, chefe ou professor -, deve utilizar o diálogo como forma de busca de entendimento. Todos – líderes e liderados – precisamos estar cientes, porém, de que nem sempre seremos atendidos em tudo. É o que torna o diálogo tão difícil: a expectativa utópica de que, através dele, todos os anseios se concretizem. Ocorre, porém que entendimento não é atendimento. Não se pode supor que só houve diálogo quando atendem a tudo o que desejamos; diálogo é troca, análise, decisão; não é imposição.
No diálogo verdadeiro não há vencedores nem vencidos, há, isso sim, pessoas ou grupos que se ouvem sem pré-julgamentos; há respeito recíproco e intenção concreta de analisar argumentos e reivindicações. E, mais importante: há, ao final, aceitação das decisões tomadas pelo grupo ou pela autoridade - ainda que nem sempre tais decisões contemplem, no todo ou em parte, aquilo que todos e cada um desejavam.

Um professor melhor do que a escola - Ângela Ravazzolo, editora de Educação

Como valorizar a profissão de professor? A UFRGS propôs este tema, ontem, a milhares de vestibulandos – questionamento que provoca especialistas do mundo todo há décadas.

Um relatório da consultoria internacional McKinsey & Company, com o título Como os Sistemas Escolares de Melhor Desempenho do Mundo Chegaram ao Topo, reúne países que implantaram projetos e avaliações para transformar a vida de professores e alunos.

A “Lição 1” do estudo aponta para a centralidade do professor: “A qualidade de um sistema educacional não pode ser maior do que a qualidade de seus professores.” Tarefa que o governo da Coreia do Sul tomou para si: aperfeiçoou os cursos de Pedagogia, deixando-os mais instrumentais, unindo teoria e prática, como salienta Regina Scarpa, coordenadora pedagógica da Fundação Victor Civita.

Na Finlândia, foram implantados sistemas de alto desempenho que dificultam o ingresso na carreira de magistério, exigindo que os candidatos estejam entre os 10% melhores de sua faixa etária, tenham alto grau de conhecimento de finlandês e de matemática e enfrentem entrevistas para que seja comprovada a aptidão. Quem não alcança o padrão é afastado do curso.

Nos Estados Unidos, foram comparados dois alunos com desempenho semelhante (50), e aquele que foi acompanhado por um professor de alta qualidade alcançou 90, enquanto o segundo, com um professor de baixo desempenho, ficou com 37, comprovando que a qualidade dos professores afetou os estudantes mais do que qualquer outro fator.

São exemplos que precisam inspirar o Brasil e evitar que a decisão (ou o sonho) de ser professor se transforme em tormento. À procura de estudantes interessados na carreira de magistério, deparei, na semana passada, com um relato que evidencia esse descaso. Uma aluna de um curso pré-vestibular, candidata convicta a uma vaga de Pedagogia na UFRGS, obteve nota 22 (o máximo era 25) em uma redação que simulava o vestibular. O comentário das amigas que concorrem a Medicina indignou a estudante:

– Elas me disseram que era um desperdício eu me sair tão bem. Afinal, 22 era uma nota para concorrer em cursos como Medicina.

Este tipo de discurso mostra que a baixa autoestima da profissão de professor mina a empolgação até de quem está começando a pensar na carreira.

Se o Brasil seguir alguns exemplos, com mudanças de fato, quem sabe os bons e dedicados candidatos possam se inscrever em Pedagogia sem o medo de estar desperdiçando tempo e estudo.
ZERO HORA

"Professor é uma profissão do passado, do presente e do futuro", afirma Lelé Guerra em artigo

Em texto, a professora do ensino fundamental e pedagoga reflete sobre a atividade de professor
Lelé Guerra*

Minhas primeiras alunas foram as bonecas. Acomodadas no chão do meu quarto, ajudaram-me através da fantasia a descobrir uma vocação, que em pouco tempo foi consolidada. Depois delas, meu irmão menor e uma prima também foram meus alunos de faz de conta. Hoje, olho para trás e penso nas crianças que passaram pelas minhas mãos, e ainda passam, com suas individualidades, inseguranças, medos, dificuldades, alegria, afetos.

Profissionalmente, estou há mais de 30 anos nessa caminhada e, apesar de todas as dificuldades, faria o retorno ali adiante e recomeçaria sem pestanejar. Essa missão se resume numa única frase: Amar aquilo que se faz. Isso compensa tudo. A desvalorização profissional, a rotina estressante, os baixos salários... Sem falar nas nossas crianças e jovens que estão inseridos num mundo que vai, obrigatoriamente, muito além do quadro-negro, exigindo dos seus professores constante capacitação.

Pensando nessas questões, foi com imensa alegria que li na Zero Hora do dia 9 de janeiro a reportagem sobre três meninas que sonham com um projeto de vida comum: ser professoras. Nathália, Tainá e Jéssica querem cursar Pedagogia, apesar de as famílias e amigos as alertarem das agruras da profissão. Mas algo me chamou a atenção. Todas elas ostentavam um sorriso. Apesar de não conhecê-las, já estou na torcida para que passem no vestibular.

Tem-se ouvido falar sobre a extinção do professor. Não creio. Apesar de tudo, todas as profissões precisam passar pelas suas mãos. Podemos ter as melhores máquinas à nossa disposição, mas nada substitui o olhar atento, a fala que acolhe, a interferência oportuna do professor. A história da humanidade conta com pensadores, pesquisadores, filósofos, que foram essenciais na difusão do conhecimento. Foram grandes mestres. Professor, portanto, é uma profissão do passado, do presente e do futuro.

E, apesar da pouca procura por cursos voltados à docência, a determinação e o sorriso dessas três meninas me fazem acreditar que daqui a algum tempo elas perceberão o quanto suas palavras, seu exemplo e sua dedicação serão decisivos nas escolhas de seus alunos. E é justamente isso que faz a nossa missão tão apaixonante!

*Professora do Ensino Fundamental, pedagoga multimeios, escritora
ZERO HORA

Doze dicas para ser um pai educador

Doze dicas para ser um pai educador

1 - Dê o exemplo
Se você quer que seu filho seja gentil, responsável e carinhoso, deve dar o exemplo. As crianças tomam os pais como modelo e tendem a imitar seus comportamentos. É muito mais importante não mentir, exercitar-se e comer adequadamente do que dizer para a criança que ela não deve mentir, que deve se exercitar e que precisa comer determinados alimentos. Se você deseja que ela se interesse por leitura, leia diante dela e leia para ela. “Faça o que eu digo, não faça o que eu faço” não funciona com crianças. Lembrese de rir com a criança, mas nunca ria dela, porque isso é desrespeitoso. Brincadeira é quando todos se divertem. Se apenas um ri, é agressão. Configura desrespeito. E a criança só constrói o respeito pelo outro se ela própria é respeitada.

2 - Não negocie o inegociável
As crianças tendem a pedir tudo o que veem. Mesmo que você tenha poder aquisitivo, aprenda a dizer não e a limitar os mimos. Isso dará a seu filho a noção de que as coisas não caem do céu e de que tudo vem com esforço. Deixe claro que o importante não é ter coisas, mas estar cercado de pessoas a quem se ama. Em algumas situações, é possível negociar com seu filho. Se ele não quer ir embora
da praça e você pode esperar mais um pouco, não há problema em combinar uma prorrogação de 15 minutos ou de meia hora na brincadeira. Tenha cuidado com prometer presentes em troca de comportamentos desejados. A criança precisa saber que nem sempre vai ganhar um prêmio pelo que fizer. É preciso ensinar que as atitudes têm valor em si, para que elas não se transformem em uma
mera relação de troca.

3 - Critique os atos, não a criança
Se a criança tem uma atitude condenável, diga que você não gostou do que ela fez. Mas não denigra seu filho. Se você atacá-lo e criticálo – chamando-o de burro, de malvado, de preguiçoso ou de qualquer outra coisa negativa –, ele poderá construir a personalidade em torno dessas características e se tornar inseguro. O certo é dizer que a ação dele é condenável e incompatível com a pessoa elogiável que ele é.

4 - Seja firme e coerente
Deixe as regras bem claras. Nada pode ficar subentendido. Não é suficiente dizer para a criança se comportar. Isso é abstrato demais para ela. Diga quais comportamentos são esperados e quais são reprovados. Os pais precisam ser enfáticos e coerentes em relação ao que pode e o que não pode, explicando sempre o porquê. Devem ser fornecidas explicações que a criança seja capaz de
entender, e não palestras ou discursos. Nada de papo-cabeça com criança. A lógica infantil precisa ser respeitada.
Converse muito e abra espaço para que a criança fale. O diálogo é fundamental no dia a dia. Conversar e ouvir é mostrar interesse, o que significa que a criança se sente respeitada e aprende a também respeitar. Não se pode esperar a adolescência para começar a conversar. A comunicação se constrói no tempo e por isso deve ser iniciada cedo. O diálogo ajuda a entender os problemas das
crianças.

5 - Limite o tempo de TV e de internet
Computador e internet se tornam prejudiciais quando roubam tempo de outras atividades necessárias ou desejáveis. Uma a duas horas de TV por dia estão dentro do razoável. A criança precisa de outros tipos de estímulo e de contato com a natureza. No caso da internet, não subestime os perigos. Mantenha o computador em um local onde possa vigiá-la e acompanhe de muito perto o que seu filho põe na rede e com quem se relaciona. As tecnologias têm importância na educação das crianças, mas
é necessário cuidado com os excessos.

6 - Estabeleça horários
Acordar, comer, dormir – tudo tem de ter horário. A rotina ajuda a criança,
principalmente a de menos idade, a organizar seu pensamento e a educa para
seguir regras. Falta de rotina, pelo contrário, desorienta. Uma criança não tem
condições de decidir que precisa ir dormir porque no dia seguinte terá de
acordar certo por causa da escola. A organização deve ser de um adulto. Isso
prepara o terreno para ela própria aprender a se organizar.

7 - Não tenha medo de castigar
Com pouco tempo para ficar com os filhos, por causa do trabalho, os pais tendem a se sentir culpados na hora de dizer não e de castigar. Por esse motivo, acabam falhando em estabelecer limites. É preciso saber que em muitos casos se deve frustar o desejo das crianças – mas com carinho e respeito. Lembre-se que a criança lê a falha do pai em dar limites como falta de afeto.
Se é permitido a ela fazer tudo, entenderá que o adulto não se importa e não a ama. Primeiro, explique. Se a criança persistir agindo mal, pode ser o caso de castigar. Mas o castigo deve estar vinculado à coisa feita. Se ela riscou a parede, o castigo será limpar a parede. Assim ela aprende que fazer certas coisas tem um preço. O castigo não deve ser arbitrário, como deixar sem ver TV porque riscou a parede.

8 - Elogie o bom comportamento
Quando a criança fizer algo de bom, não poupe adjetivos. Elogie efusivamente e mostre sua satisfação. As crianças aprendem a repetir os comportamentos que são valorizados pelos pais. Não espere por grandes conquistas, que às vezes são difíceis de alcançar, para elogiar. Valorize as pequenas vitórias do dia a dia. Mesmo que seu filho não tenha obtida um 10, celebre o fato de ele ter melhorado o desempenho em uma disciplina na qual estava mal. Isso serve de estímulo.

9 - Aproveite o tempo juntos
Os pais se ressentem de longas jornadas de trabalho, que impedem um contato prolongado com seus filhos. Mas esteja atento ao fato de que passar o dia inteiro com a criança não é melhor do que passar pouco tempo, mas de forma correta. O que você deve fazer é dedicar, todos os dias, uma hora para ela – e apenas para ela. Desligue o celular, dê toda a sua atenção e faça algo em parceria: veja um filme abraçado, monte um quebra-cabeças, conte um história. Isso mostra que você valoriza seu filho. Ele precisa sentir esse carinho todos os dias. Depois disso, a criança vai se sentir gratificada e deixará tempo para você resolver outras questões.

10 - Seja presente na escola
Procure levar e buscar seu filho na escola, pelo menos algumas vezes por semana, converse com os professores e compareça às reuniões. Olhe sempre os cadernos das crianças e pergunte sobre as aulas. Se você não der atenção à vida escolar dela, a mensagem que você passa é de que isso
não é importante.

11 - Dê tarefas domésticas
A partir do momento em que seu filho aprende a caminhar, pode começar a assumir algumas pequenas tarefas, como guardar os brinquedos. Com o tempo, pode ir colaborando de outras formas, como arrumar a mesa das refeições ou ajudar com a louça. Além de educar, essa participação nos afazeres domésticos deixam a criança feliz, porque ela se sente participante.

12 - Favoreça a formação cultural
Desde cedo, leve a criança a teatros, cinemas, livrarias, museus e galerias de arte. Isso vai fazê-la refletir e vai deixá-la familiarizada com a riqueza do mundo das artes.

ITAMAR MELO

Estudar, um ato solitário - César Augusto Dionísio

Tenho notado que estudar é uma ação que vem perdendo a força. O verbo “estudar” está quase que se reduzindo a uma interjeição do tipo ‘ai’ ou ‘ui’. Estudar é, modernamente, coisa pequena, quase um brinco, um anelzinho de plástico ou um piercing e não mais um vestido longo para uma noite de gala. “Estudar”, realmente, é palavra fora de moda e passa longe de qualquer fashion week que se realize em solo nacional.
Essa tentativa frustrada de “estudar junto” com amigos que não estudam é algo que não funciona nem mesmo entre irmãos gêmeos. Estudar é, sim, um ato solitário, isolado, individual, pessoal, confidencial, íntimo. Por esse mesmo motivo, creio, não estudamos na sala de aula. A sala de aula conjuga os verbos “ensinar” e “entender”. Estudar é um ato que nos leva a nosso interior e não é possível fazê-lo bem no meio de um show de rock alternativo. Aliás, se lá no meio de um show de rock alternativo nem sabemos quem somos, como é que vamos entrar em contato conosco mesmos e estudar algo?
Aí uma diferenciação básica me vem à mente: ler é diferente de estudar; estudar é diferente de pesquisar. Quem lê tem a impressão equivocada de que está estudando. Quem estuda tem a impressão equivocada de que está pesquisando. Nossos alunos não vêm fazendo nenhum dos três: nem realizam leitura, nem fazem estudo, nem desenvolvem pesquisa. Será mesmo que queremos regressar ao australopitecus brasiliensis?
Com toda essa tecnologia avançada que é o computador, a internet, a televisão, o telefone, nossos alunos tem uma impressão equivocada de que não estão sós, quando, de fato, estão. E é comum aquela conversa desesperadora (ao menos para a mãe) com a filha adolescente: “Filha, quem é Verônica, esta menina que está na sua lista de amigos virtuais?”. A filha põe o dedo no queixo, olha para cima e responde: “Verônica? Ah, não sei. Eu não conheço”. Assim, nossos alunos desperdiçam tempo com quem eles não conhecem. Não conhecem realmente, apenas virtualmente. Não era com um aperto de mão que se começava uma amizade positiva?
Mas, de qualquer forma, de qualquer maneira, nossos alunos temem, então, ficarem sós, sentirem-se sós. E jamais estando sós, jamais estudarão. O estudo, repito, acontece na solidão.
Ler, estudar, pesquisar. Por incrível que possa parecer, só quem faz bem os três – ler, estudar e pesquisar - é que tem dificuldade de saber o que está fazendo. Estes processos se confundem apenas para quem faz todos os três porque eles se misturam. Imagine alguém disposto a estudar e que descobre, do dia para a noite, que a internet existe. Posso imaginar o coração batendo mais alto, os olhos abertos de forma que quase saltam da face, as mãos trêmulas tentando compreender como é que se digita e o que deve ser digitado. A primeira vez que um aluno que deseja estudar conjuga o verbo ‘digitar’. Vejo aí um aluno feliz. Talvez um pouco confuso, no início, por força da adaptação à nova ferramenta, neste caso, de estudo. E, depois, ainda mais confuso por perceber que essa tal internet tem mais informações do que qualquer boa fofoqueira do mundo.
Essa história de final triste que é o “trabalho em grupo” serve para socializar, para ensinar nossos alunos que as tarefas são estranhamente distribuídas no mundo, que enquanto uns transpiram ofegantes de tanto trabalhar, outros cansam de tanto ver os outros trabalhando. Realizar “trabalho em grupo” não é sinônimo de estudar. É sinônimo de socializar, estimular o aparecimento de lideranças, treinar a capacidade de planejamento de nossos alunos. Mas dizer que “trabalho em grupo” é sinônimo irretocável de “estudar” é ficar com a parte mais fácil do trabalho.
Estudar é um ato solitário. Estudar é uma ação que ocorre na caverna obscura da nossa inteligência; caverna esta que só nós conhecemos. Estudar é algo tão individual quanto escovar os dentes. Ninguém pode fazer por nós. Pelo menos não com a mesma destreza. Conhecemos a forma como aprendemos. Nós e apenas nós. Em sua caminhada, você acabará encontrando um professor que sabe como você aprende. Um professor que entende a forma como você aprende. São pessoas especiais. São mestres. Mestres que percebem como você lê o mundo e por isso mesmo conseguem explicar melhor para você, do jeitinho que você melhor compreende. Mestres são flexíveis com relação a seus alunos. Mas nada disso dispensa o ato de estudar, refletir sobre o que foi supostamente aprendido na sala de aula.
E que dizer da oportunidade frequente que temos de nos estudar? Estudar a nós mesmos. Colocarmos tudo isso bem na nossa frente: nossos gostos, nossas preferências, nossos princípios, nossas vontades, nossos cheiros, desejos, conquistas, sonhos, amigos, lembranças, memórias, gestos, nossas palavras preferidas, nossos filmes favoritos, nossas músicas inesquecíveis, nós e apenas nós. Tudo isso conta muito sobre quem somos. Ao estudarmos nossas preferências, estaremos estudando a nós mesmos, escutando a fala interior (que não é a de Vygotsky, mas é a nossa mesmo). Lendo nossas preferências, estudando silenciosamente nosso ser, estaremos pesquisando uma nova maneira de sermos melhores.

Artigo publicado na revista Profissão Mestre de agosto de 2009.
É economista e professor e autor do livro Mais Textos: uma visão sobre a Educação

A primeira impressão... é a que fica?

É a primeira impressão que fica gravada em nossa mente, seja ela boa ou ruim. As boas, procuramos conservar. As ruins, por mais que se tente apagar, insistem em permanecer, de modo que, boas ou ruins, sempre ficam, reforçando a teoria popular. Uma das primeiras impressões boas é a dos nossos familiares. A segunda é a da nossa primeira professora, nossa primeira “tia”. Essa é uma marca inapagável; seus modos, sua fala, seu vestir, tudo isso “gravava”. Mas o que será e onde andará essa primeira “musa inspiradora”? Será que ela se lembra dos castigos que nos impôs em nome da nossa correta formação social e cristã? Procurar saber isso nos ajuda a lembrar que tivemos um passado quando quase tudo eram flores.
“Por trás de um grande homem, sempre há uma grande mulher”; essa afirmação se concretiza com a primeira professora desse grande homem. Sem dúvida ... uma grande mulher. Foi ela, com as primeiras letras e os primeiros números, que abriu “as portas da estrada” que cada um tem que trilhar até encontrar a sua consolidação social e profissional. As “tias” de hoje digitam aulas, imprimem atividades, passam e-mails e até ligam para o celular dos seus pequeninos alunos. Elas os preparam para serem cidadãos políticos e ecologicamente corretos, discutem a qualidade de ensino e analisam o contexto social das suas turmas.
Tenho visto muitos pais esbravejarem os direitos de seus filhos, outros acuados e, em algumas vezes, amedrontados com o perigo de serem “presos e condenados”, por tomarem a atitude de educar seus filhos com palmadas corretivas, coisa, aliás, que muitos de nós recebemos e merecemos, contudo não nos frustramos tão pouco nos desequilibramos e, muito pelo contrário, somos pessoas do bem, valorizamos a honestidade, nos preocupamos com nossa imagem e reputação, gostamos de trabalhar, de nos reunir com amigos, somos prestativos e temos muito prazer nisso tudo.
Parece que existe uma orquestração com a finalidade de reforçar o presente com o presente, recriam-se palavras – como adolescência, marginalidade, tempos modernos, tecnologias de ponta e tantas outras – e, em cima deste “dicionário”, monta-se toda a estrutura da educação.
A adolescência é (ou era) uma passagem da vida de criança para a de adulto, cheia de medos, inconsistências psicológicas, comportamentos inseguros, mas que podia ser orientada, mudada e corrigida, sem prejuízo para o jovem. Se exigir disciplina (palavra do passado) cria-se evasão e, consequentemente, a marginalização; se exigir aprendizado, está indo de encontro ao padrão de “homem moderno” – aquele que sabe (e só precisa) apertar botões de aparelhos eletrônicos.
Quanto mais leio sobre educação moderna, quanto mais adentro na teoria “vigotskiana”, mais a curiosidade me instiga a descobrir o que pensam essas saudosas “tias”, que, lamentavelmente, flutuam nas nuvens do esquecimento. Será que é saudosismo pensar em construir os templos do futuro usando um pouco da argamassa do passado?
Nem o modernismo e nem o crescimento desenfreado da população dão o direito de xingar, maltratar e até matar professores; isso, em qualquer época, é sinal de barbárie. Com uma boa instrução escolar (aquela do tempo das “tias”), não é preciso criar “prateleiras” de direitos: direito do idoso, da criança, da mulher e de tantos outros – basta ensinarem a respeitar um direito basilar, viver, e ensinarem a respeitar um dever primordial: deixar os outros viverem.
Talvez, ler “o livro do passado” possa garantir a eficiência do comportamento do futuro.

Texto do Professor de Matemática do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN), Manoel Lopes Costa, também doutorando em Educação Matemática pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
E-mail: manoel.lopes@ifrn.edu.br






B

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Amar Bonito

Talvez seja tão simples, tolo e natural que você nunca tenha parado para pensar:

Aprendam a fazer bonito seu amor.

Ou fazer o seu amor ser ou ficar bonito.

Aprenda, apenas, a tão difícil arte de amar bonito.

Gostar é tão fácil que ninguém aceita aprender...

Tenho visto muito amor por aí.

Amores mesmo: bravios, gigantescos, descomunais, profundos, sinceros, cheios de entrega, doação e dádiva.

Mas esbarram na dificuldade de se tornar bonitos.

Apenas isso: bonitos, belos ou embelezados, tratados com carinho, cuidado e atenção.

Amores levados com arte e ternura de mãos jardineiras.

Aí, esses amores que são verdadeiros, eternos e descomunais, de repente se percebem ameaçados e tão somente porque não sabem ser bonitos: cobram, exigem, rotinizam,descuidam, reclamam, deixam de compreender, necessitam mais do que oferecem, precisam mais do que atendem, enchem-se de razões.
Sim, de razões.

Ter razão é o maior perigo no amor.

Quem tem razão sempre se sente no direito (e o tem) de reivindicar, de exigir justiça, equidade, equiparação, sem atinar que o que está sem razão talvez passe por um momento de sua vida no qual não possa ter razão.

Nem queira!!!

Ter razão é um perigo: em geral, enfeia um amor, pois é invocado com justiça, mas na hora errada.

Amar bonito é saber a hora de ter razão.

Ponha a mão na consciência. Você tem certeza de que está fazendo o seu amor bonito?

De que está tirando do gesto, da ação, da reação, do olhar, da saudade, da alegria do encontro, da dor do desencontro a maior beleza possível?

Talvez não.

Cheio ou cheia de razões, você separa do amor apenas aquilo que é exigido por suas partes necessitadas, quando talvez dele devesse pouco esperar, para valorizar melhor tudo de bom que de vez em quando ele pode trazer.

Quem espera mais do que isso sofre e, sofrendo, deixa de amar bonito.

Sofrendo, deixa de ser alegre, igual, irmão, criança.

E sem soltar a criança, nenhum amor é bonito.

Não tema o romantismo. Derrube as cercas da opinião alheia.

Faça coroas de margaridas e enfeite a cabeça de quem você ama.

Saia cantando e olhe alegre.

Recomenda-se: encabulamentos, ser pego em flagrante gostando, não se cansar de olhar e olhar, não atrapalhar a convivência com teorizações, adiar sempre se possível com beijos 'aquela conversa importante que precisamos ter', arquivar, se possível, as reclamações pela pouca atenção recebida.

Para quem ama, toda atenção é sempre pouca.

Quem ama feio não sabe que pouca atenção pode ser toda a atenção possível.

Quem ama bonito não gasta tempo dessa atenção cobrando a que deixou de ter.

Não teorize sobre o amor (deixe isso para nós, pobres escritores que vemos a vida como criança de nariz encostado na vitrine cheia de brinquedos dos nossos sonhos); não teorize sobre o amor, ame.

Siga o destino dos sentimentos aqui e agora.

Não tenha medo exatamente de tudo o que você teme, como: a sinceridade, abrir o coração, contar a verdade do tamanho do amor que sente; não dar certo e depois vir a sofrer (sofrerá de qualquer jeito).

Jogue pro alto todas as jogadas, estratagemas, golpes, espertezas, atitudes sabiamente eficazes (não é sábio ser sabido): seja apenas você no auge de sua emoção e carência, exatamente aquele você que a vida impede de ser.

Seja você cantando desafinado, mas todas as manhãs.

Falando besteiras, mas criando sempre.

Gaguejando flores.

Sentindo o coração bater como no tempo do Natal infantil.

Revivendo os caminhos que intuiu em criança.

Sem medo de dizer eu quero, eu estou com vontade.

Deixe o seu amor ser a mais verdadeira expressão de tudo que você é.

Se o amor existe, seu conteúdo já é manifesto.

Não se preocupe mais com ele e suas definições.

Cuide agora da forma do amor:

Cuide da voz.

Cuide da fala.

Cuide do cuidado.

Cuide de você.

Ame-se o suficiente para ser capaz de gostar do amor e só assim poder começar a tentar fazer o outro feliz.

Artur da Távola

Reality Show - Tribo dos carentes patológicos

Triste o mundo onde não ser famoso é não significar, não existir.

Toda vez que um novo reality show começa, me compadeço— ao mesmo tempo que não consigo frear meu desdém— por essas pessoas esvaziadas de relevância intrínseca (aquela que nenhuma capa de revista dá e nenhuma nova leva de bundas perfeitas tira, apenas está lá como estão os ossos). Pessoas que cresceram num universo deturpado no qual “ser alguém” é agir com a estupidez de um adolescente rebelde, ter assessor de imprensa e seguranças; no qual a auto-estima é atrelada à quantidade de notícias irrelevantes à seu respeito. Pessoas que morreriam de depressão na ausência de uma platéia: por serem áridas como o sertão, nada nasce delas; precisam do outro para alimentar sua alma como um filhote de passarinho precisa das minhocas trazidas pela mãe.

Às vezes me sinto um ser transgênico por continuar achando que fama deveria ser decorrência de um trabalho bem feito, talento, importância real. Fama— ou seu antecessor, o sucesso— é reflexo de algo e não o espelho em si.

De onde vem esse vazio existencial incomensurável que faz tanta gente precisar da validação alheia para que sua própria vida tenha sentido? Não é só um atalho cheio de flashes para o cintilante baú do dinheiro— muito mais do que grana, esses seres precisam, com desespero, ser notados. São a versão humana de cachorros carentes, constantemente dispostos a fazer o que dono mandar se o prêmio for uma nesga de atenção.

Nunca existiu tanta gente ensimesmada e vazia. Porém o mais assustador é que nunca existiu uma audiência tão grande e tão fiel, que preenche suas noites modorrentas e ocas assistindo a avatares de si mesmos interpretarem porcamente histórias ridiculamente não-verdadeiras.

Triste o mundo onde pessoais reais— que choram, contam piada, estudam, lêem, têm medo da morte e olham pra você e não através de você— deixaram de importar.

por Ailin Aleixo

vaidarcerto.com.br

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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Instituto da Inteligência + Augusto Cury: O que é o Síndrome do Pensamento Acelerado

Instituto da Inteligência + Augusto Cury: O que é o Síndrome do Pensamento Acelerado: "A nossa sociedade anda cada vez mais apressada. As próprias crianças vivem numa correria desenfreada tipo casa-escola-ginásio-casa, com múlt..."

a importancia de brincar

História da Educação Infantil no Brasil 0001

Educação Infantil

Os Simpsons no Brasil - Dublado

O BRASIL NA VISÃO DOS AMERICANOS ( REPORTAGEM DA TV AMERICANA)