Total de visualizações de página

terça-feira, 31 de julho de 2012

Cruzadinha


Oxítonas-Paroxítonas-Proparoxítonas


Como produzir um bom texto

Muitas pessoas sentem dificuldades ao escrever um texto, pois toda escrita exige certos detalhes que sempre devemos estar atentos.

Mas esta dificuldade não existe, pois no momento em que vamos descobrindo os passos corretos para a produção textual, chegamos à conclusão de que esta é uma tarefa bem simples.

Antes de tudo, é preciso entendermos que um texto jamais poderá ser um amontoado de palavras, escritas sem organização e sem sentido. Tudo que planejamos escrever precisa ser colocado antes em um rascunho, onde as ideias serão reunidas, para depois serem transportadas para o papel.

É muito importante conhecermos sobre o assunto do qual iremos escrever, pois caso contrário, não teremos ideias suficientes para atingirmos um bom resultado. Essa nossa capacidade de desenvolver bem as ideias vai aumentando com o passar do tempo, de acordo com nossa leitura constante, com a troca de experiências, como por exemplo, o diálogo com pessoas estudiosas, entre outros.

Outro detalhe é a pontuação. Você se lembra dos parágrafos, das vírgulas, da ortografia correta das palavras? Esses são elementos essenciais. Mas não se preocupe! Algumas dicas lhe ajudarão a se tornar um bom escritor:

Os parágrafos servem para evitar que as ideias fiquem desordenadas.

No caso de textos com diálogos entre personagens, devemos “acordar” nossa criatividade e imaginação e dar atenção especial aos seguintes sinais de pontuação:

O travessão (-) – marca a mudança de fala dos personagens.
Os dois pontos (:) – servem para indicar o momento em que um personagem irá falar.
O ponto de interrogação (?) – indica uma pergunta
O ponto de exclamação (!) – revela algum sentimento vivido pelos personagens.

Aquilo que você pretende dizer precisa estar claro para que o leitor possa compreender sua mensagem, neste caso está incluso a questão da ortografia. Ela deverá ser legível em todas as ocasiões.

E para não esquecer, é necessário que o texto contenha: começo, meio e fim.
Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Escola Kids

A importância da interpretação textual

A leitura faz parte de nosso dia a dia, seja na escola, nas tarefas de casa, durante algum percurso que fazemos, enfim, em todos os momentos ela está presente.

O fato é que quando a praticamos, muitas vezes não paramos para pensar sobre a sua verdadeira importância, ou seja: até que ponto este ou aquele texto fez sentido para nós enquanto mantínhamos contato com ele?

Você sabe o porquê dessa pergunta?

Muitas vezes, principalmente na escola, a professora sugere uma leitura e, logo em seguida, ordena que seja feita a interpretação referente ao texto lido. Mas como realizá-la, se não lembramos quase nada daquilo que acabamos de ler? Quando isso acontece é porque ainda não temos a habilidade necessária a todo bom leitor.


Essa habilidade em saber interpretar um texto, pelo fato de ser muito importante, precisa ser rapidamente conquistada, pois ela nos ajudará em todas as disciplinas, a começar por aquele probleminha de matemática....
Ah! Quantas vezes o lemos e não conseguimos resolvê-lo, não é verdade?

Pois bem, o mais importante nessa atividade é sabermos decifrar qual a mensagem que um determinado texto quer nos transmitir e, para isso, é essencial analisarmos alguns pontos.

Precisamos estar atentos ao título, uma vez que ele nos fornece pistas sobre o assunto que será tratado posteriormente. Logo após, surge o primeiro parágrafo que, dependendo do texto, revela os principais elementos contidos no assunto a ser discutido.

Geralmente, nos parágrafos seguintes, o emissor (a pessoa que escreve) costuma desenvolver toda a sua ideia de um modo mais detalhado e, ao final, faz um uma espécie de “resumo” sobre tudo o que foi dito, para não deixar que nada fique vago, sem sentido para o leitor.

 autor, ou seja, ele pode deixar uma pergunta para refletirmos, pode também elogiar ou fazer uma crítica, utilizando o ponto de exclamação, concorda?

Assim sendo, resta ainda dizer que nem sempre numa primeira leitura podemos identificar todos os elementos necessários a uma boa compreensão. Caso a mensagem não fique clara ao nosso entendimento, realizamos uma segunda, desta vez um pouco mais atenta, dando importância aos sinais de pontuação, como também analisando cada parágrafo e retirando dele a ideia principal.

Agindo assim, considere-se um leitor competente!!!

Por Vânia Duarte
Graduada em Letras
Equipe Escola Kids

O que são os carboidratos?

Os carboidratos também podem ser chamados de glicídios ou açúcares, e eles são a principal fonte de energia para os seres vivos, estando presente em diversos tipos de alimento. Com exceção do mel, todos os carboidratos são de origem vegetal, como os cereais  (arroz, trigo, aveia etc.), as raízes e tubérculos (batata, aipim, cenoura, beterraba etc.), as leguminosas (feijão, ervilha, soja etc.), as frutas (banana, manga, maçã etc.) entre tantos outros.
Além de servir como fonte de energia, os carboidratos também têm função estrutural, pois participam da formação de algumas estruturas dos seres vivos, como a celulose e a quitina. Além disso, os carboidratos participam da estrutura tanto do DNA quanto do RNA.

Os carboidratos podem ser classificados em três grupos: monossacarídeos, dissacarídeos e polissacarídeos.
Os monossacarídeos são açúcares muito simples, e seus principais representantes são a glicose (fabricada pelos vegetais durante a fotossíntese), a frutose (encontrada no mel) e a galactose (presente no leite). Os monossacarídeos são solúveis em água.
Os dissacarídeos são formados pela união de dois monossacarídeos, e seus representantes mais conhecidos são a sacarose e a lactose. Os dissacarídeos são solúveis em água.
Sacarose: formado por uma molécula de glicose e uma molécula de frutose. A sacarose é o açúcar que consumimos em casa, que usamos em nosso café, sucos, doces etc. Esse carboidrato pode ser encontrado principalmente na cana-de-açúcar e na beterraba.
Lactose: formado por uma molécula de glicose e uma molécula de galactose. É o açúcar encontrado no leite, e é a principal fonte de energia para o bebê durante a amamentação.
Os polissacarídeos são formados pela união de centenas, e até mesmo milhares, de monossacarídeos e não são solúveis em água. Os exemplos mais conhecidos de polissacarídeos são:
Amido: principal fonte de energia em nossa alimentação. As plantas utilizam o amido como reserva de energia, e por isso podemos encontrá-lo no interior de caules, mas principalmente nas raízes, tubérculos e sementes.
Celulose: a celulose é o principal componente da parede celular dos vegetais.
Quitina: principal constituinte do exoesqueleto (esqueleto externo) dos artrópodes, como os insetos, aracnídeos, crustáceos etc. 

Como vimos, os carboidratos são essenciais para os seres vivos, pois além de servirem como fonte de energia, eles ainda fazem parte da constituição de várias estruturas importantes. É por esse motivo que devemos manter uma alimentação equilibrada, pois assim conseguimos obter todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do nosso corpo.

Por Paula Louredo
Graduada em Biologia

domingo, 29 de julho de 2012

Razão e sensibilidade


Oito da noite numa avenida movimentada.

O casal já está atrasado para jantar na casa de alguns amigos.

O endereço é novo, assim como o caminho, que ela conferiu no mapa antes de sair.

Ele dirige o carro. Ela o orienta e pede para que vire na próxima rua à esquerda.

Ele tem certeza de que é à direita. Discutem.

Percebendo que, além de atrasados, poderão ficar mal humorados, ela deixa que ele decida.

Ele vira à direita e percebe que estava errado.

Ainda com dificuldade, ele admite que insistiu no caminho errado, enquanto faz o retorno.

Ela sorri e diz que não há problema algum em chegar alguns minutos mais tarde.

Mas ele ainda quer saber: "se você tinha tanta certeza de que eu estava tomando o caminho errado, deveria insistir um pouco mais".

E ela diz: "entre ter razão e ser feliz, prefiro ser feliz. Estávamos à beira de uma briga, se eu insistisse mais teríamos estragado a noite".

Certamente uma sábia decisão.

Muitas vezes nós perdemos oportunidades de viver momentos felizes só porque queremos provar que estamos com a razão. Ou, pelo menos, pensamos que estamos.

De maneira alguma defendemos a omissão ou o não uso da razão, mas tão somente o uso da razão com sensibilidade.

Quantas amizades já destruímos por causa de uma obstinação em defender um ponto de vista?

Quanta energia já gastamos na defesa de uma idéia, desejando que os outros a aceitem a qualquer custo?

Quanto tempo perdido na elaboração de argumentos para convencer alguém de que temos razão em algum ponto?

Será que vale a pena essa maneira de ser?

Será que vale a pena perder a paz na tentativa de provar que estamos certos?

Não seria mais sábio de nossa parte optar pela harmonia, em vez de brigar por causa de pequenas questões irrelevantes?

É evidente que há momentos em que devemos defender nossa posição, e seria bom que o fizéssemos sem nos perturbar, sem perder o juízo.

Mas o que geralmente acontece é que levamos as discussões, que deveriam ficar no campo das idéias, para o campo pessoal. E nos irritamos.

É importante considerar que para divergir não precisa dissentir.

Podemos discordar de alguém e ainda assim preservar a amizade e o respeito por esse alguém.

Pense nisso quando se apresentar uma situação em que você tenha que fazer essa opção e se questione, antes de agir:

"Será que vale a pena perder a calma para defender esse ponto de vista?"

"Será que o momento certo para expor minha opinião é agora?"

"Será este o momento de impor minhas razões?"

Talvez se prestássemos mais atenção em nossas palavras e nos porquês de nossas discussões freqüentes, perceberíamos que na maioria das vezes poderíamos optar por ser feliz e ter paz, em vez de ter razão.

Considere que as energias gastas em discussões infrutíferas podem lhe fazer falta na manutenção da saúde física e mental, e busque usá-las de maneira útil e inteligente.

Afinal, todos os seus esforços devem ser usados em prol da harmonia comum, para que haja paz ao seu redor.

Pense nisso!

E lembre-se, sempre, antes de qualquer desgaste, de questionar: "quero ter razão, ou ser feliz"?

Pense nisso!

A sua paz íntima é um patrimônio que ninguém pode lhe roubar, a menos que você permita.

Jesus, o Mestre por excelência, tinha razão sempre, mas jamais tentou impô-a a quem quer que seja.

Em Sua forma de viver, deixou exemplos nobres.
 
Tantas vezes se calou diante de situações e pessoas, por notar que seria inútil qualquer palavra.

Pense nisso!
 

sábado, 21 de julho de 2012

Mensagem à família


Na educação de nossos filhos
Todo exagero é negativo.
Responda-lhe, não o instrua.
Proteja-o, não o cubra.
Ajude-o, não o substitua.
Abrigue-o, não o esconda.
Ame-o, não o idolatre.
Acompanhe-o, não o leve.
Mostre-lhe o perigo, não o atemorize.
Inclua-o, não o isole.
Alimente suas esperanças, não as descarte.
Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.
Não o mime em demasia, rodeie-o de amor.
Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.
Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade.
Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.
Não lhe dedique a vida, vivam todos.
Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.
E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra...
Ensina-lhe a viver sem portas.
                                                                                    Eugênia Puebla
Uma mulher chamada Anne foi renovar a sua carta de condução.
Pediram-lhe para informar qual era a sua profissão. Ela hesitou, sem saber bem como se classificar.
- "O que eu pergunto é se tem um trabalho", insistiu o funcionário.
- "Claro que tenho um trabalho", exclamou Anne. "Sou mãe."
- "Nós não consideramos 'mãe' um trabalho. 'Dona de casa' dá para isso", disse o funcionário friamente.
Não voltei a lembrar-me desta história até o dia em que me encontrei em situação idêntica.
A pessoa que me atendeu era obviamente uma funcionária de carreira, segura, eficiente, dona de um título sonante, do género 'oficial inquiridor'.
- "Qual é a sua ocupação?" perguntou.
Não sei o que me fez dizer isto; as palavras simplesmente saltaram-me da boca para fora:
- "Sou Pesquisadora Associada no Campo do Desenvolvimento Infantil e das Relações Humanas."
A funcionária fez uma pausa, a caneta de tinta permanente a apontar para o ar, e olhou-me como quem diz que não ouviu bem. Eu repeti pausadamente, enfatizando as palavras mais significativas.
Então reparei, maravilhada, como ela ia escrevendo, com tinta preta, no questionário oficial.
- "Posso perguntar", disse-me ela com novo interesse, "o que faz exactamente nesse campo?"
Calmamente, sem qualquer traço de agitação na voz, ouvi-me a responder:
- "Tenho um programa permanente de pesquisa (qualquer mãe o tem), em laboratório e no terreno (normalmente eu teria dito dentro e fora de casa). Trabalho para os meus Mestres (toda a família), e já passei quatro provas (todas meninas). Claro que o trabalho é um dos mais exigentes da área das humanidades (alguma mulher discorda???) e frequentemente trabalho 14 horas por dia (para não dizer 24...).
Houve um crescente tom de respeito na voz da funcionária que acabou de preencher o formulário, se levantou, e pessoalmente me abriu a porta.
Quando cheguei a casa, com o troféu da minha nova carreira erguido, fui cumprimentada pelas minhas assistentes de laboratório - de 13, 7 e 3 anos. Do andar de cima, pude ouvir a minha nova modelo experimental (uma bebé de seis meses) do programa de desenvolvimento infantil, testando uma nova tonalidade da voz.
Senti-me triunfante! Tinha conseguido derrotar a burocracia! E fiquei no registo do departamento oficial como alguém mais diferenciado e indispensável à humanidade do que "uma simples mãe"!
Maternidade... Que carreira gloriosa! Especialmente quando se tem um título na porta. Assim deviam fazer as avós: "Associada Sénior de Pesquisa no Terreno para o Desenvolvimento Infantil e de Relações Humanas" e as bisavós: "Executiva-associada Sénior de Pesquisa". Eu acho!!! E também acho que para as tias podia ser "Assistentes associadas de Pesquisa".
Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?
Luís de Camões

Desiderata

Caminha placidamente por entre o ruído e a pressa, e lembra-te da paz que existe no silêncio.
Tenta, na medida do possível, estar de bem com todos.
Exprime a tua verdade com tranquilidade e clareza.
Escuta quem te rodeia, inclusive as pessoas desinteressantes e incultas; também elas têm uma história para contar.
Evita gente conflituosa e agressiva, que tanto mal faz ao espírito.
Se te comparares com outros, poderás tornar-te amargo ou arrogante, pois haverá sempre alguém melhor e pior do que tu.
Regozija-te com as tuas conquistas e os teus projectos.
Mantém vivo o interesse pela tua carreira, por mais humilde que seja; é um verdadeiro bem, nesta época de constante mudança.
Sê prudente nos teus negócios – o mundo está cheio de armadilhas.
Mas não feches os teus olhos à virtude que existe em teu redor, nem às pessoas que defendem os seus ideais e lutam por valores mais altos – a vida está cheia de heroísmo.
Sê tu próprio. Acima de tudo não sejas falso nem cínico em relação ao amor, que face a tanta aridez e desencanto, se mantém perene como uma haste de erva.
Aceita com serenidade a passagem do tempo, sabendo que deixas graciosamente para trás as coisas da juventude.
Cultiva a força de espírito, para te protegeres de azares inesperados.
Mas não te atormentes a imaginar o pior. Muitos medos nascem do cansaço e da solidão.
Mantém uma autodisciplina saudável, mas sê benevolente contigo mesmo.
És um filho do Universo, como as árvores e as estrelas; tens todo o direito ao teu lugar no mundo.
Poderá não ser claro para ti, mas a verdade é que o universo está a evoluir como previsto.
É importante, assim, que estejas em paz com Deus, seja qual for a tua concepção d’ Ele, e em paz com a tua alma, sejam quais forem os teus anseios e aspirações no ruidoso tumulto da vida.
Apesar de todos os enganos e desilusões, vivemos num mundo bonito. Alegra-te.
Luta pela tua felicidade, "Intuição e Serenidade; acima de tudo, serenidade."

O Nó do Amor

Numa reunião de pais numa escola da periferia, a diretora ressaltava o apoio que os pais devem dar aos filhos e pedia-lhes que se fizessem presentes o máximo tempo possível... Considerava que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, deveriam achar um tempo para se dedicar e entender as crianças.
Mas a diretora ficou muito surpreendida quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana, porque quando ele saía para trabalhar era muito cedo e o filho ainda estava a dormir... Quando voltava do trabalho já era muito tarde e o garoto já não estava acordado.
Explicou, ainda, que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família, mas também contou que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava redimir-se todas as noites quando chegava a casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria. Isso acontecia religiosamente todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado. O nó era o meio de comunicação entre eles.
A diretora emocionou-se com aquela singela história e ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
O fato faz-nos refletir sobre as muitas maneiras das pessoas se fazerem presentes, de se comunicarem com os outros. Aquele pai encontrou a sua, que era simples mas eficiente. E o mais importante é que o filho percebia, através do nó afetivo, o que o pai lhe estava a dizer.
Por vezes, importamo-nos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos o principal, que é a comunicação através do sentimento. Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais do que presentes ou desculpas vazias.
É válido que nos preocupemos com as pessoas, mas é importante que elas saibam, que elas sintam isso. Para que haja a comunicação é preciso que as pessoas "ouçam" a Linguagem do nosso coração, pois, em matéria de afecto, os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.
É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afecto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o medo do escuro. As pessoas podem não entender o significado de muitas palavras, mas SABEM registar um gesto de amor. Mesmo que esse gesto seja apenas um nó num lençol...
Como explicar o amor

 
Contam que, uma vez, se reuniram os sentimentos e qualidades dos homens em um lugar da terra.
Quando o ABORRECIMENTO havia reclamado pela terceira vez, a LOUCURA, como sempre tão louca, lhes propôs:
- Vamos brincar de esconde-esconde?
A INTRIGA levantou a sobrancelha intrigada e a CURIOSIDADE, sem poder conter-se, perguntou: Esconde-esconde? Como é isso?
- É um jogo, explicou a LOUCURA, em que eu fecho os olhos e começo a contar de um a um milhão enquanto vocês se escondem, e quando eu tiver terminado de contar, o primeiro de vocês que eu encontrar ocupará meu lugar para continuar o jogo. O ENTUSIASMO dançou seguido pela EUFORIA.
A ALEGRIA deu tantos saltos que acabou convencendo a DÚVIDA e até mesmo a APATIA, que nunca se interessava por nada.
Mas nem todos quiseram participar.
A VERDADE preferiu não esconder-se, para quê? Se no final todos a encontravam?
A SOBERBA opinou que era um jogo muito tonto (no fundo o que a incomodava era que a ideia não tivesse sido dela) e a COVARDIA preferiu não arriscar-se.
- Um, dois, três, quatro... - começou a contar a LOUCURA.
A primeira a esconder-se foi a PRESSA, que como sempre caiu atrás da primeira pedra do caminho.
A FÉ subiu ao céu e a INVEJA se escondeu atrás da sombra do TRIUNFO, que com seu próprio esforço, tinha conseguido subir na copa da árvore mais alta.
A GENEROSIDADE quase não consegue esconder-se, pois cada local que encontrava lhe parecia maravilhoso para algum de seus amigos - se era um lago cristalino, ideal para a BELEZA; se era a copa de uma árvore, perfeito para a TIMIDEZ; se era o voo de uma borboleta, o melhor para a VOLÚPIA; se era uma rajada de vento, magnífico para a LIBERDADE. E assim, acabou escondendo-se em um raio de sol.
O EGOÍSMO, ao contrário, encontrou um local muito bom desde o início. Ventilado, cómodo, mas apenas para ele.
A MENTIRA escondeu-se no fundo do oceano (mentira, na realidade, escondeu-se atrás do arco-íris), e a PAIXÃO e o DESEJO, no centro dos vulcões.
O ESQUECIMENTO, não recordo-me onde escondeu-se, mas isso não é o mais importante.
Quando a LOUCURA estava lá pelo 999.999, o AMOR ainda não havia encontrado um local para esconder-se, pois todos já estavam ocupados, até que encontrou um roseiral e, carinhosamente, decidiu esconder-se entre suas flores.
- Um milhão - contou a LOUCURA, e começou a busca.
A primeira a aparecer foi a PRESSA, apenas a três passos de uma pedra. Depois, escutou-se a FÉ discutindo com Deus no céu sobre zoologia.
Sentiu-se vibrar a PAIXÃO e o DESEJO nos vulcões.
Em um descuido encontrou a INVEJA, e claro, pode deduzir onde estava o TRIUNFO.
O EGOÍSMO, não teve nem que procurá-lo. Ele sozinho saiu disparado de seu esconderijo, que na verdade era um ninho de vespas.
De tanto caminhar, a LOUCURA sentiu sede, e ao aproximar-se de um lago descobriu a BELEZA.
A DÚVIDA foi mais fácil ainda, pois a encontrou sentada sobre uma cerca sem decidir de que lado esconder-se.
E assim foi encontrando a todos.
O TALENTO entre a erva fresca; a ANGÚSTIA em uma cova escura;
a MENTIRA atrás do arco-íris (mentira, estava no fundo do oceano);
e até o ESQUECIMENTO, a quem já havia esquecido que estava brincando de esconde-esconde.
Apenas o AMOR não aparecia em nenhum local.
A LOUCURA procurou atrás de cada árvore, em baixo de cada rocha do planeta, e em cima das montanhas.
Quando estava a ponto de dar-se por vencida, encontrou um roseiral.
Pegou uma forquilha e começou a mover os ramos, quando no mesmo instante, escutou-se um doloroso grito.
Os espinhos tinham ferido o AMOR nos olhos.
A LOUCURA não sabia o que fazer para desculpar-se chorou, rezou, implorou, pediu perdão e até prometeu ser seu guia.
Desde então, desde que pela primeira vez se brincou de esconde-esconde na terra: O AMOR é cego e a LOUCURA sempre o acompanha.














Dicas


Eu pedi a DEUS


Eu pedi a Deus

Eu pedi a Deus que tirasse meu orgulho.
E Deus disse não!
Não Lhe cabia tirá-lo, mas a mim deixá-lo...

Eu pedi a Deus que me desse paciência.
E Deus disse não!
Ele disse que a paciência nasce das atribulações;
Ela não é concedida, é merecida...

Eu pedi a Deus que me concedesse felicidade.
E Deus disse não!
Ele disse que me daria Suas bênçãos;
A felicidade viria de mim mesmo...

Eu pedi a Deus que me poupasse do sofrimento.
E Deus disse não!
Ele disse que a dor afasta-me das ilusões da vida
e leva-me para mais perto d’Ele...

Eu pedi a Deus que me fizesse crescer minha vida espiritual.
E Deus disse não!
Ele me disse que eu deveria crescer sozinho,
mas Ele vai podar-me como um ramo, para que produza frutos...

Eu perguntei a Deus se Ele me ama.
E Deus disse sim!
Ele deu-me Seu Único Filho, que morreu por mim
E quer-me um dia no céu, pela minha Fé...

Então, pedi a Deus que me ajudasse
a amar os outros como Ele me ama.
E Deus disse:
"Finalmente compreendeste!"

quarta-feira, 18 de julho de 2012

Abordagens Contemporânea Em Antropologia E Educação

A visão antropológica exige que se leve em conta o contexto de vida das crianças, suas experiências, seus conhecimentos adquiridos, as características especificas dos professores e da escola como instituição.

A preocupação com a cultura popular surgiu após a II guerra mundial, nos paises desenvolvidos o MCP se volta para os valores que caracterizam o povo em geral. Já nos paises em desenvolvimento, como o Brasil, ele se volta para a camada popular menos favorecida, e uma das tarefas do MCP é a alfabetização de adultos EJA -.Essa abordagem evidencia uma tendência interacionista, já que a interação homem-mundo, sujeito-objeto, é decisiva para que o ser humano se desenvolva e se torne sujeito de sua própria práxis, de sua própria educação, sua historia. O homem é um ser que possui raízes espaço- temporais, é um ser situado no e com o mundo. Assim, a EJA parte sempre do que é inerente ao povo, do que assimilaram como sujeitos, procurando trazer valores e experiências que são inerentes aos indivíduos.

A escola deve ser um local onde seja possível o crescimento mutuo de alunos e professores no processo de conscientização. A educação problemática, conscientizadora defende o desenvolvimento de uma consciência critica e libertadora como meio de superação das contradições.

A dialogicidade é a essência desta educação, e esta é a base para a construção de uma cultura biófila, esperançosa, critica, criativa e solidária. Esse aspecto da natureza humana é o que caracteriza sua vocação ontológica de ser. A concepção ontológica implica entender as dialeticidades-subjetividades, objetividade-homem, consciência-mundo, como um processo em construção por meio do qual a natureza humana vai se auto-construindo ao construir um mundo mais humano.

A pedagogia do dialogo que articula as propostas cientificas, antropológicas e éticas do pedagogo, caracteriza-se pela busca de um sentido para a vida humana em sociedade nos tempos atuais. A relação intersubjetiva sujeito-sujeito requer a pratica de solidariedade, de comunicação e de dialogo. Um novo modelo filosófico humanista, fundamentado nesta relação é a base da vida em sociedade e da produção de tudo e de qualquer sentimento humanamente válido.

O olhar antropológico sobre a educação considera o contexto social e cultural em que a criança, o jovem e o adulto estão inseridos. Isto significa considerar que essas 3 (três) categorias são diferentes e pertencem a classes sociais diversas. Os hábitos, os costumes e valores presentes nas famílias, na comunidade a qual pertence, interferem na sua percepção de mundo e na sue inserção, como também os hábitos, os costumes e valores dos profissionais que atuam junto a eles no ambiente escola, precisam ser considerados e discutidas.

O reconhecimento da diferença social-cultural nas instituições escolares, não permite aceitar nenhum tipo de descriminação aos sujeitos que as freqüentam.O requisito para uma educação democrática é o critério de qualidade, pois a diferença deve ser considerada para que se possam alcançar os mesmos objetivos educacionais. Essa base teórica propõe fundamentos, estabelece diretrizes para que se possa optar por uma tendência pedagógica que vá privilegiar certos procedimentos metodológicos, selecionar noções e conteúdos básicos das áreas de conhecimento que vão favorecer o ensino e a aprendizagem.

REGINA CELIA DE FREITAS SOBREIRA

TITULAÇÃO: PEDAGOGA

TEL:31-3891-3408

E-mail: ginacelia13@yahoo.com.br

Leia mais em: http://www.webartigos.com/artigos/abordagens-contemporanea-em-antropologia-e-educacao/5454/#ixzz2123Dq4PW

Entrevista com Ana Luiza Carvalho da Rocha Conhecer a cultura e as relações sociais da comunidade ajuda a entender seus alunos e a ensinar melhor Paola Gentile (pagentile@abril.com.br)

Formada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Ana Luiza Carvalho da Rocha dedica-se a analisar as relações humanas dentro da escola e da sala de aula. Interessada nas características socioculturais do homem urbano, realizou suas pesquisas de mestrado, doutorado e pós-doutorado em antropologia. É presidente do Grupo de Estudos sobre Educação, Metodologia e Ação (Geempa), organização não governamental de Porto Alegre dedicada à formação docente.

Para muita gente, o antropólogo é aquele profissional que passa uma parte de seu tempo pesquisando comunidades perdidas em regiões inóspitas e a outra na universidade, defendendo teses e criando teorias. Ana Luiza Carvalho da Rocha, porém, não se encaixa nesse perfil: ela exerce a profissão em grandes cidades, estudando as relações entre as pessoas nas escolas. Mais especificamente, no interior da sala de aula.

Seu interesse pela Educação começou em meados dos anos 1980, quando foi chamada pelo Geempa para realizar uma pesquisa com turmas de alfabetização formadas na periferia de Porto Alegre. Sua missão era relacionar a cultura escolar com a de classes trabalhadoras urbanas. Ao mergulhar no mundo das relações entre alunos e educadores, Ana Luiza percebeu que muitos conflitos que prejudicam a aprendizagem podem ser solucionados se o professor tiver conhecimentos mínimos sobre a organização da sociedade e sobre o relacionamento do ser humano com as várias comunidades das quais faz parte. "A sala de aula é constituída pelos mesmos sujeitos que vivem na comunidade, por isso torna-se um reflexo dos aprendizados e dos relacionamentos sociais que acontecem fora dela", justifica.

Em sua opinião, a visão que o educador tem de si próprio e a imagem que ele faz dos estudantes produz reflexos em sua atuação em sala de aula. E, em conseqüência disso, pode comprometer o desempenho da turma ou de alguns estudantes. Sua experiência permite afirmar que os estudos de antropologia deveriam fazer parte da formação superior do docente. Nesta entrevista à ESCOLA ela destaca que o professor deve procurar conhecer sua própria condição e cultura para não fazer julgamentos preconceituosos sobre seus alunos.

Como um antropólogo atua na escola?
Nossa função básica é observar as características socioculturais do ser humano e refletir sobre elas. Como ele se comporta, se relaciona e se organiza em sociedade. Minhas primeiras pesquisas nessa área visavam compreender por que integrantes de classes populares demoram mais para ser alfabetizados. Levantei informações sobre as condições de vida dessas comunidades na periferia de Porto Alegre e sobre a representação que a escola faz delas.

Os estudos de antropologia podem ajudar a resolver um caso de dificuldade de aprendizagem? Como?
Durante minhas pesquisas, percebi que os educadores entenderiam muitas situações que interferem no aprendizado se conhecessem um pouco de antropologia. Isso porque parte do que se ensina em classe os alunos já aprenderam na comunidade em que vivem, ainda que não tenham consciência disso. Muitos desses aprendizados precisam ser desconstruídos. Fui solicitada para resolver o problema de uma professora que não conseguia formar equipes, por causa de brigas. Isso refletia no desenvolvimento dessas crianças, que tinham dificuldade de aprendizagem.

O que pode levar crianças a ter problemas de socialização?
A educadora da qual fui auxiliar alegava que os pobres não eram sociáveis. Assisti algumas aulas antes de partir para o estudo com as famílias. Descobri que na vila popular onde viviam existiam grupos distintos: um era formado pelos moradores mais antigos; outro, pelos mais recentes; e um terceiro composto por invasores de uma área vizinha. Eles acusavam uns aos outros de roubo e de violência, animosidades que eram reproduzidas na escola: os que moravam há mais tempo na vila recusavam-se a trabalhar com os filhos dos invasores, e a professora desconhecia essa realidade.

Como as informações sobre a origem dos alunos pode auxiliar a organizar a classe em grupos?
No caso de Porto Alegre, a professora colocou juntos membros dos vários grupos sociais em jogos que exigiam a cooperação entre eles. Para vencer, os membros de cada equipe precisavam trabalhar em sintonia, fazer acordos. Dessa forma, foi anulada uma aprendizagem adquirida na sociedade que prejudicava a aquisição do conhecimento. As crianças perceberam que a escola é um lugar onde todos têm a mesma condição e que quando se quer aprender é preciso haver tolerância com a diversidade e com a heterogeneidade.

Conhecer a realidade em que vivem os estudantes ajuda o professor a ensinar melhor? Sem dúvida. Muita gente pensa que a origem social é um obstáculo natural para a aprendizagem. Mas classes populares são formadas por uma diversidade enorme de culturas, valores e etnias. É impossível tirar uma conclusão e generalizar. Com a pesquisa, a professora gaúcha descobriu a verdadeira origem e a formação da turma para a qual lecionava. De posse das informações, começou a trabalhar com ela de outra maneira.

Como deve ser o relacionamento do educador com a família dos alunos?
Quando famílias simples são procuradas pela escola logo pensam tratar-se de mau comportamento ou de notas baixas dos filhos. Ao educador cabe explicar aos pais como as crianças aprendem e se desenvolvem cognitivamente. Até para pais analfabetos isso tem significado, pois é uma forma de levar até eles o conteúdo do aprendizado. Infelizmente, reuniões desse tipo são ritualizadas e vazias. Muitas vezes a escola vai até a família para descobrir como ela vive, o que ela come etc. Isso não é necessário. O fundamental é saber como a criança adquire conhecimentos na comunidade para escolher as interferências que transformarão tudo isso em aprendizado.

Por que é comum associar dificuldade de aprendizagem com pobreza?
Geralmente o professor é de classe média, camada social que costuma ter preconceitos contra classes populares. Essa prevenção se agravou nos últimos anos com o aumento da violência. Por falha em sua formação, ele não aprendeu a se aproximar do estudante de origem simples. Então, usa o discurso da mídia sobre o aumento da violência para tentar justificar essa falta de habilidade. Quando isso já está incorporado na prática docente é necessário desconstruir esse preconceito. Também é necessário mostrar à criança que ela não é o pivete em potencial que a acusam - indiretamente - de ser.

Como é possível acabar com preconceitos que o educador tem com relação ao aluno de baixa renda?
Desvendando com ele o que está por trás de seus atos. Costumo analisar suas anotações, os cadernos de freqüência e os diários de classe. Peço para escreverem sobre os conflitos que os incomodam, narrando os fatos e os seus sentimentos em relação a eles. Quando um aluno falta muito, recorro a esses textos e percebo que os que mais faltam são aqueles sobre os quais o professor fez mais apontamentos negativos. Eles não mostram evolução no aprendizado, não mudam de grupo ou de função na equipe e a eles não são propostos novos desafios. Deve haver algo pessoal com relação a essas crianças... Então vamos procurar saber as representações simbólicas que esse professor construiu sobre elas.

O professor pode criar imagens irreais sobre determinados estudantes?
Sim. Essas imagens são produzidas e reproduzidas social e culturalmente. Começa pela imagem que o professor tem de si mesmo e de sua profissão. O de séries iniciais geralmente sente-se menos profissional que os outros, por não ter especialização. Isso o leva a reproduzir o discurso de especialistas - fonoaudiólogo, nutricionista - para justificar o fracasso do aluno e escamotear suas próprias limitações. O alfabetizador sente-se um pouco babá, por mais que se diga que seu papel vai muito além do ensinar a ler e a escrever. Ele não percebe a sua importância. Somente se conscientizando de sua identidade social e profissional ele estará apto a ajudar o estudante a descobrir a dele. É exatamente como trabalha o antropólogo: seu estudo sempre tem como referência sua própria cultura.

O fato de reconhecer preconceitos que tem com relação aos estudantes ou à família deles já faz o professor mudar sua prática?
Com certeza faz com que ele reflita sobre seu lugar no mundo e critique sua atuação. Quando ele começa a compreender as relações pessoais e sociais, começa a dizer "eu não ensinei'", em vez de "ele não aprendeu". A diferença é enorme entre as duas sentenças: uma envolve culpa; outra, responsabilidade. O professor tem dificuldade em perceber a diferença. Culpa é um problema moral e religioso. Ética e responsabilidade são questões profissionais.

O professor recebe bem análises sobre seu trabalho e sua postura dentro de sala de aula?
Fazemos provocações e às vezes pode haver resistência. Se ele levanta uma dificuldade, ou fala sobre um "aluno-problema", primeiro pergunto o que ele pensa sobre a criança. Da resposta surgem diversos preconceitos sociais e culturais que a rotulam de fracassada. Uma vez ouvi uma professora culpar as famílias desestruturadas e numerosas pela não aprendizagem. "Essas mulheres têm um monte de filhos!", ou "A mãe é prostituta e o pai, alcoólatra". Então procurei saber como eram as famílias dessas educadoras. A que falou na família numerosa havia tentado engravidar durante anos antes de descobrir sua esterilidade. Pode parecer um problema psicológico, mas é social. Toda cultura cria e reproduz valores e significados. O sujeito só consegue entender e romper determinados padrões quando ele reconhece sua cultura e os valores por ela produzidos e reproduzidos.

Cada escola deve fazer o seu próprio estudo antropológico para resolver seus problemas?
Não é preciso. A antropologia já tem grande conhecimento acumulado sobre a vida urbana. Existem vários livros e estudos nessa área. Os professores podem ler e refletir sobre esses temas e relacioná-los à sua realidade de sala de aula.

ZERO HORA 18 de julho de 2012 | N° 17134 Só 26% da população é plenamente alfabetizada. Estudo avaliou capacidade de leitura e compreensão de texto das pessoas

ZERO HORA 18 de julho de 2012 | N° 17134


Só 26% da população é plenamente alfabetizada. Estudo avaliou capacidade de leitura e compreensão de texto das pessoas


Os resultados da última edição do Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) mostram que apenas 26% das pessoas podem ser consideradas plenamente alfabetizadas – mesmo patamar verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez. Os chamados analfabetos funcionais representam 27% e a maior parte (47%) da população apresenta um nível de alfabetização básico.

Apenas 35% das pessoas com Ensino Médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas e 38% dos brasileiros com formação superior têm nível insuficiente em leitura e escrita. É o que apontam os resultados do Inaf 2011-2012, pesquisa produzida pelo Instituto Paulo Montenegro e a organização não governamental Ação Educativa.

A pesquisa avalia por meio de entrevistas e de um teste cognitivo, a capacidade de leitura e compreensão de textos e outras tarefas básicas que dependem do domínio de leitura e escrita. A partir dos resultados, a população é dividida em quatro grupos: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.

Há chance de relação entre alfabetização e renda familiar

‘Os resultados evidenciam que o Brasil já avançou, principalmente nos níveis iniciais do alfabetismo, mas não conseguiu progressos visíveis no alcance do pleno domínio de habilidades que são hoje condição imprescindível para a inserção plena na sociedade letrada’, aponta o relatório do Inaf.

O estudo também indica que há uma relação entre o nível de alfabetização e a renda das famílias: à medida que a renda cresce, a proporção de alfabetizados em nível rudimentar diminui. Na população com renda familiar superior a cinco salários mínimos, 52% são considerados plenamente alfabetizados.

Na outra ponta, entre as famílias que recebem até um salário por mês, apenas 8% atingem o nível pleno de alfabetização.

De acordo com o estudo, a chegada dos mais pobres ao sistema de ensino não foi acompanhada dos devidos investimentos para garantir as condições adequadas de aprendizagem. Com isso, apesar da escolaridade média do brasileiro ter melhorado nos últimos anos, a inclusão no sistema de ensino não representou melhora significativa nos níveis gerais de alfabetização da população.
Postado por Jorge Bengochea às 10:25

Educação Deficiente


quarta-feira, 18 de julho de 2012
ALFABETIZAÇÃO PLENA AINDA DISTANTE
CORREIO DO POVO, 18/07/2012

EDITORIAL


Não obstante ter se verificado uma expansão do número de acessos ao sistema escolar nos últimos anos, isso não resultou ainda numa melhoria qualitativa em relação à alfabetização e ao domínio de habilidades necessárias para ser denominado um alfabetizado pleno. De acordo com um levantamento realizado pelo Instituto Paulo Montenegro e pela organização não governamental Ação Educativa, que resultou no Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf), menos de 30% dos brasileiros podem ser considerados como alfabetizados na acepção plena da palavra. A pesquisa aferiu por meio de entrevistas a capacidade de leitura e compreensão de textos, bem como algumas operações de raciocínio lógico. Os percentuais finais indicaram quatro grupos, de acordo com o desempenho em relação às atividades propostas: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados.

O cotejo de números mostra que o índice de 26% de alfabetizados plenos corresponde exatamente ao verificado em 2001, indicando que não houve uma evolução real. Os analfabetos funcionais representam 27% do total e a faixa intermediária apresenta uma alfabetização básica. Também se pode constatar que há uma relação direta entre renda das famílias e capacidade de cognição de textos e dados. Na faixa de rendimentos superior a cinco salários mínimos, 52% podem ser tidos como plenamente alfabetizados. Todavia, na faixa de ganhos que vão até um salário mínimo, esse percentual despenca para 8%.

Esse trabalho do Inaf, que teve como público-alvo 2 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões brasileiras, precisa ser esmiuçado pelos gestores do sistema educacional. Certamente nele haverá subsídios importantes para melhorar de fato o ensino prestado pela rede escolar de todo o país.
Postado por Jorge Bengochea às 11:08