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domingo, 31 de julho de 2011

Meu filho, você não merece nada - Publicado na Revista Época

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada

Eliane Brum



ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem.

É autora de Coluna Prestes –



O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios),



A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio



Jabuti 2007) e



O Olho da Rua (Globo).
E-mail: elianebrum@uol.com.br
Twitter: @brumelianebrum

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.


Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.


Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.


Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.


Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.


É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?


Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.


Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.


Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.


A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.


Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.


Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.


Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.


Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.


O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.


Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.


Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.


Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.


Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


(Eliane Brum escreve às segundas-feiras.)

terça-feira, 26 de julho de 2011

O céu é real

Artigo de Leila Cordeiro, publicado em 23/03/2011


A história do menino americano Colton Burpo que disse ter estado no céu quando ficou em coma depois de uma operação de apendicite virou livro e motivo de polêmica nos programas de TV.

Colton está hoje com 11 anos, mas foi aos 4 que ele passou por essa experiência. Os pais dele contam que suas lembranças vieram aos poucos e, entre elas, Colton citou o encontro que teve com o bisavô por parte de pai que ele nunca conhecera. Descreveu-o como um ser iluminado, de cabelos encaracolados e asas enormes. Disse que ele perguntou por seu pai e contou várias histórias de família.

Outro detalhe considerado impressionante foi quando Colton narrou o momento em que uma menina aproximou-se dele dizendo-se sua irmã. Ela confidenciou ao menino que não chegara a nascer e não tivera um nome na terra, mas que estava muito feliz em conhecê-lo pessoalmente já que o via apenas à distância.

Quando Colton contou essa passagem aos pais, os dois se emocionaram e chegaram a chorar. A mãe do garoto havia realmente perdido um bebê de forma natural, sem nem mesmo saber o sexo, e combinou com o marido nunca revelar isso a ninguém pois a perda havia doído muito. Portanto, Colton não sabia do ocorrido pois nem era nascido.

É aí que o mistério começa a aumentar.

Depois desses dois momentos, que chegaram a abalar as concepções religiosas da família, Colton contou outros detalhes intrigantes sobre a viagem que ele descreve como uma ida ao paraíso. Disse que naquele lugar, onde tudo é mais brilhante e colorido, as pessoas vestem-se com roupas luminosas e vaporosas, não usam óculos e parecem sempre jovens, felizes e sorridentes.

Numa outra lembrança, Colton disse que esteve sentado no colo de Jesus, e este lhe dissera que ele teria a missão de levar uma mensagem de esperança ao mundo. Ao mesmo tempo Colton revelou que ao lado de Jesus estava também João Batista, que sorriu para ele e o abençoou.

Além de todas essas revelações outras não menos desconcertantes estão no livro de Colton, “Heaven is for real" (O céu é real, em tradução livre) , que já virou best-seller desde novembro de 2010 quando foi lançado. Já vendeu quase dois milhões de cópias nos Estados Unidos e já há pedidos para ser traduzido em outros idiomas.

Ao divulgar suas lembranças aos pais, Colton não sabia o quanto estaria deixando-os intrigados, assim como a todas as pessoas que tomaram conhecimento do caso. A midia logo de interessou e Colton foi alvo de reportagens em sites, jornais, revistas e na TV. Ao ser entrevistado no programa Today, da rede NBC, ele deixou os apresentadores boquiabertos com sua naturalidade ao contar detalhes de sua “viagem”.

Os jornalistas começaram a entrevista entre curiosos e incrédulos, e acabaram completamente emocionados e convencidos de que Colton estava realmente falando a verdade. Comentaram que o menino já fora ouvido por especialistas, psicólogos e médicos em geral para uma investigação mais detalhada do assunto. A conclusão foi surpreendente. Nenhum desses profissionais soube dar uma explicação científica sobre o que ocorrera com o menino.

Para deixar as pessoas ainda mais confusas, Colton contou com firmeza que viu, do alto do quarto onde estava sendo operado, os médicos correndo de um lado para o outro para tentar salvá-lo. Dali ele conseguiu ver também o pai falando ao telefone celular no corredor do hospital, preocupado e nervoso e a mãe chorando e rezando na capela. Segundo os pais de Colton, ele não poderia saber de tudo isso ao mesmo tempo, pois ninguém os viu nessa situação naquele momento de desespero quando Colton entrara em coma.

Bem, a história e a polêmica estão lançadas. Nessa viagem ao céu o menino Colton, um pré-adolescente normal, que faz tudo o que um menino da sua idade faz regularmente, disse que trouxe na bagagem uma mensagem de Deus, principalmente àqueles que perderam seus entes queridos. Colton afirma sem pestanejar que “ O céu existe e nele as pessoas podem se reencontrar com quem se foi”.

E como seria bom a gente acreditar piamente nisso, não é mesmo?

“Heaven is for real” fez-me lembrar da história comovente do guitarrista inglês Eric Clapton que em 1991 perdeu tragicamente o filhinho de quatro anos, que caiu de seu apartamento num andar altíssimo de um prédio em Manhattan, NY. Clapton em seu desespero de pai compôs em memória do filho a música “Tears in Heaven”, onde diz que espera vê-lo algum dia no paraíso. Agora, quem sabe, depois das revelações de Colton não reacenda em Clapton a esperança de reencontrar o filho? Tomara...


Repassado por Dalton – www.consciencial.org

avô cantigas

Aos Avos

Pais sem tempo - Reflexão

Educando Um Filho.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

*CARTA DE ABRAHAN LINCOLN AO PROFESSOR DO SEU FILHO:*

Escrita em 1830, mas atual como nunca!

Em tempos de pais que incentivam bulling, não aceitam
notas, questionam e ameaçam professores, passam a mão na cabeça de filhos
atropeladores, brigões, marginais... uma carta especial.

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos,
nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um
herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por
favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale
uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a
saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria
profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas
deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os
montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais
que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho
contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca
entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o
a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também
choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra
todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço,
deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim
poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

*Abraham Lincoln, 1830*

Limites e afetividade

Limites e Afetividade, de Gilson de Almeida Pereira, Editora da Ulbra, Canoas, 2004.

A construção de limites e a formação de valores tem sido uma das maiores preocupações dos educadores nestes últimos tempos. Preocupação esta que levou o autor a uma grande reflexão.

Gilson de Almeida Pereira é Pedagogo, especialista em orientação educacional, psicopedagogo, Mestre em educação pela PUCRS e doutorando pela mesma instituição. Desenvolve pesquisas destinadas à formação de professores, por isso o livro “Limites e Afetividade” surgiu de uma dissertação de mestrado.

O livro é muito envolvente, dividido em sete capítulos ao longo de 154 páginas, destaca a importância da afetividade na construção de limites. O autor descreve seis tipos de professores, após três semestres letivos de observações e entrevistas em uma escola. Gilson mostra a postura dos professores através de uma história fictícia.

O primeiro professor é desorganizado, não dá atenção aos alunos, não sabe o que faz e, quando questionado irrita-se. Não consegue administrar o carinho, a atenção, a organização pedagógica e a conduta em sala de aula, ou seja, não sabe lidar com limites e afetividade, nem estabelecer uma interação com os alunos.

O segundo, demonstra uma relação de poder, é exigente e enraivecido, procura manter os alunos ocupados a todo instante.

O terceiro professor, é afetivo e ingênuo, com baixa auto-estima e extremamente religioso.

O quarto, varia muito de humor, diversificando as atividades, irrita-se com menos facilidade.

O quinto professor, é extremamente afetuoso e preocupado com seus alunos. Desenvolve um trabalho mais relacionado com a vida de seus alunos, buscando se relacionar com eles, trabalhando com o respeito mútuo e os limites. No entanto, cobra muito com excesso de trabalhos e avaliações.

O sexto não suporta a falta de respeito ou de comprometimento, mas consegue estabelecer limites e, estimula os alunos a resolver suas dificuldades. Tem humor apurado e atitude de respeito mútuo. É rígido e trabalha os limites através de laços afetuosos.

Com essas observações, o autor deixa claro que a postura do professor influencia na disciplina de uma turma. Muitos professores precisam ter o controle de tudo, não permitem conversas e brincadeiras. Com isso, deixam de utilizar recursos e técnicas que poderiam tornar suas práticas pedagógicas mais interessantes e motivadoras. São extremamente autoritários, exercem controle rígido, ditam regras e limites. Os alunos por sua vez, buscam seu espaço para expressar suas idéias, através da indisciplina, respondendo ao abuso da autoridade com atos provocativos.
No decorrer do livro, o autor enfoca “o afeto como fator básico para a construção dos valores e limites, chegando ao ideal do respeito mútuo entre os seres humanos”. De acordo com o tipo de ação adotada pelo professor, autoritária ou libertadora, as relações estabelecerão limites de maneira diferente. Por isso, é tão importante o respeito mútuo, o afeto para que se estabeleçam os limites e o respeito às regras.

O autor afirma ainda: “ o que não significa que, para ser afetuoso, seja necessário dizer somente sim. O afeto está presente no ato, seja este um afago ou uma negação, seja um elogio ou uma repreensão.” Quando o aluno sente-se respeitado e sabe que existe alguém preocupado com ele, que lhe demonstre afetividade, saberá aceitar quando for repreendido ou quando algo lhe é negado.

O livro “ Limites e Afetividade” é uma referência bibliográfica indispensável para todos educadores. Com ele, é possível compreender a importância do afeto na relação professor-aluno, refletir sobre a prática educativa através da análise das posturas descritas. A sua leitura possibilita uma profunda tomada de consciência de nossos atos e da necessidade de buscar alternativas e ações para tornar o ambiente escolar um lugar propício para a aprendizagem, para as relações humanas e para a formação de cidadãos conscientes e afetuosos.

Retirado do blog http://aprenderinteragindo.blogspot.com